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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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também da importância dos treinadores ascensoristas no clube catalão: aqueles<br />

que ajudam os jovens talentos a subir para o time principal, os corajosos que<br />

escalam os garotos. Orgulha-se dos seus sentimentos: “Sou do Barça e sempre<br />

serei”, afirma.<br />

Isso não significa que vá voltar a treinar o Barcelona. Na verdade, se tivesse<br />

que apostar, eu diria que o futuro de <strong>Guardiola</strong> como treinador está no Bay ern,<br />

mais à frente na Inglaterra e talvez, dentro de oito ou dez anos, já no fim da festa,<br />

em uma seleção. Não deve ser um percurso muito longo, e a família parece ter<br />

concordado que seja assim: um caminho breve, porém intenso. Nesse trajeto<br />

hipotético do próximo decênio, o banco do Barça aparentemente não tem<br />

qualquer chance, ainda que nesta vida nunca possamos dizer nunca. Mas agora,<br />

em agosto de 2013, uma volta ao clube se anuncia impossível. Também é difícil<br />

vê-lo em uma posição diferente da de treinador, a que realmente o apaixona.<br />

Quando lhe mencionamos outras funções, como a de diretor esportivo ou<br />

presidente, ele não mostra qualquer entusiasmo, como se esses cargos não<br />

coubessem em sua cabeça de técnico. Nem mesmo alusões ao entorno do<br />

Barcelona mudam sua visão: “Esqueça o entorno. Da forma como o clube é<br />

estruturado, só há duas opções no Barça: você é poder ou não é poder. E, contra a<br />

minha vontade, obrigaram-me a escolher”.<br />

Antes de voltar mentalmente ao seu Bayern, Pep ainda traz outra lembrança<br />

do seu Barça: refere-se à dramática semifinal de Champions League contra o<br />

Chelsea em 2012, quando o Barcelona chutou 46 vezes contra Petr Čech (23 na<br />

ida e outras 23 na volta), mas foi eliminado. O Chelsea passou à final, jogada na<br />

Allianz Arena contra o Bay ern, e venceu na disputa de pênaltis.<br />

“Naquele dia, eu me equivoquei. Depois, pensei nisso mil vezes. Disse aos<br />

jogadores que cruzassem na área, mas não soube definir bem o que queria: não<br />

pretendia que finalizassem na primeira tentativa, mas que pegassem o rebote e<br />

fizessem o gol no segundo lance. Não consegui fazê-los entender as instruções. Se<br />

tivesse explicado melhor que devíamos buscar sempre o rebote, acho que<br />

teríamos passado à final…”, lamenta-se.<br />

Isso o leva de volta ao Bay ern e à segunda bola no ataque: “Tenho que fazer os<br />

jogadores se soltarem, para que possam correr e mostrar tudo o que têm. Eu<br />

tenho que me adaptar a eles, não o contrário. Não quero que joguem como, em<br />

teoria, segundo dizem, eu vou gostar. O que gosto é que os atletas joguem felizes<br />

e descontraídos”.<br />

O segundo tempo do jogo contra o Nuremberg serviu como exemplo do que<br />

<strong>Guardiola</strong> deseja para o Bay ern: foi um vendaval. Contou-se uma chegada por<br />

minuto à área rival — não uma chance de gol, mas uma chegada à área. Foi<br />

uma onda atacante que nos fez perceber os primeiros traços dos desenhos de<br />

Pep. Ele plantou seus zagueiros no círculo central e soltou as rédeas dos demais

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