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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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sua zona e vigiar as costas do companheiro que está à sua frente”.<br />

O Bayern costuma se defender nas cobranças de escanteio com os jogadores<br />

dispostos no 4-3-2-1, ou então, no 5-3-1-1, e Lahm tende a ser o coringa que, por<br />

exemplo, corre rapidamente para abafar uma cobrança curta do adversário. A<br />

primeira posição da primeira linha é sempre ocupada por quem atua melhor no<br />

jogo aéreo, especialistas como Mandžukić ou Javi Martínez. Em seguida<br />

posicionam-se os dois zagueiros e o último posto, no segundo pau, fica sempre<br />

com Alaba, que é quem corre melhor para trás se a cobrança for muito aberta.<br />

Esse tipo de defesa não é infalível e também tem defeitos, claro, mas<br />

<strong>Guardiola</strong> confia muito nela e a prefere em relação à marcação individual: “Se<br />

sua marcação é individual, quatro adversários podem puxá-lo para o segundo pau<br />

enquanto a bola vem no primeiro. Ou o contrário; e isso, na defesa por zona, não<br />

acontece”. Esse conceito é aplicável no jogo todo: “É muito melhor defender em<br />

zona que marcar o homem. Não há nada mais simples para um jogador que se<br />

ocupar da sua zona e ser responsável por ela porque, além de tudo, essa<br />

responsabilidade individual se transforma em coletiva a partir da solidariedade do<br />

grupo”.<br />

Para <strong>Guardiola</strong>, defender resume-se a pouco mais de meia dúzia de<br />

mecanismos: “A essência do futebol consiste em adivinhar a melhor maneira de<br />

atacar o rival. E é preciso iniciar o jogo saindo de trás já com uma ideia muito<br />

clara sobre como o nosso adversário ataca e defende”.<br />

Para que os jogadores tenham sempre esses conceitos frescos na memória, é<br />

preciso repassá-los com frequência: “Sempre temos que repassar as<br />

prioridades”, esclarece. “Por exemplo, como se defender do adversário. Antes<br />

de cada jogo importante dedicamos vinte minutos a repassar a forma como nos<br />

defenderemos, temos que explicar aos jogadores o que eles encontrarão, como<br />

seremos atacados, onde acharemos os espaços e quais as áreas onde podemos<br />

fazer estragos. Eles precisam confiar na comissão técnica porque normalmente<br />

acontecerá aquilo que dissemos que aconteceria.”<br />

No gol de Vidić, a defesa do Bayern cometeu vários pequenos erros. O<br />

principal foi que um dos jogadores se esqueceu de respeitar a marcação por<br />

zona… É um sintoma das ligeiras desatenções que, semanas mais tarde,<br />

culminarão em catástrofe diante do Real Madrid. O gol inglês foi devolvido nove<br />

minutos mais tarde por Schweinsteiger, ao aproveitar uma bola cruzada por<br />

Rafinha, que Mandžukić havia ajeitado de cabeça para o meio da área.<br />

O Bay ern saiu de Old Trafford com um resultado muito aquém de suas<br />

possibilidades: dominou amplamente a partida, mas acertou somente um dos<br />

quinze chutes que deu, apesar de ter mostrado dois novos traços defensivos<br />

interessantes: primeiro, nos arremessos laterais do United, Lahm se colocava<br />

como terceiro zagueiro enquanto o lateral do lado oposto fazia o balanço e

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