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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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toda a temporada. O restaurante dos atletas é um reduto de paz que contrasta<br />

com o dos patrocinadores: respira-se tranquilidade, ainda que as crianças sempre<br />

se atrevam a quebrar as regras e acabem pedindo autógrafos ou tirando fotos<br />

com seus jogadores favoritos.<br />

Depois do banho, os atletas deixam o vestiário, cruzam a zona mista onde os<br />

jornalistas esperam para as entrevistas, percorrem um corredor interno e sobem<br />

pelo elevador até a entrada do restaurante. Ali, suas famílias e amigos os<br />

aguardam. Eles dispõem de um bufê especial que se destaca pela sobriedade:<br />

duas variedades de sopa, dois pratos de massa italiana, queijo parmesão, arroz,<br />

salada, tomate, um prato de carne, outro de peixe, frutas e, normalmente,<br />

pequenas porções de apfelstrudel, uma torta típica de maçã.<br />

O problema é que alguns jogadores não têm fome logo depois de um jogo,<br />

seja pelo cansaço, seja pela tensão nervosa. Outros<br />

preferem comer um pouco de queijo e esperar algumas horas para ir jantar<br />

em algum restaurante de Munique com a esposa ou namorada. Por razões<br />

variadas, nesse dia apenas quatro atletas jantaram no estádio. É uma situação que<br />

incomoda <strong>Guardiola</strong>, pois ele acha que no esporte de alto nível é preciso cuidar<br />

dos mínimos<br />

detalhes.<br />

O próprio <strong>Guardiola</strong> costuma jantar no Play ers Lounge, exceto em ocasiões<br />

especiais como na noite passada, com a visita dos amigos, ou na tarde em que foi<br />

disputado o clássico entre Barça e Real Madrid, quando se despediu rapidamente<br />

dos jogadores para voltar para casa a fim de ver o jogo pela televisão. Mas, de<br />

modo geral, o técnico e a família passam as duas horas posteriores aos jogos no<br />

restaurante privado, junto do resto do elenco e de amigos.<br />

É um dos momentos em que se pode ver um <strong>Guardiola</strong> mais espontâneo e<br />

falante, bem diferente da versão concentrada e séria que se testemunha nos<br />

treinos, ou da figura introvertida e tensa dos minutos que antecedem um<br />

confronto. É um <strong>Guardiola</strong> tagarela, independentemente do resultado, que faz<br />

explicações sobre os lances do jogo com seus gestos característicos. Sua rotina<br />

depois das partidas varia pouco: atende a televisão e passa alguns minutos com o<br />

técnico adversário, à espera do início da coletiva de imprensa conjunta. No<br />

Barcelona, costumava convidar o técnico rival para uma taça de vinho na sua<br />

sala, mas em Munique substituiu o convite por essa conversa informal no<br />

corredor que leva à sala de imprensa — entre outras razões, porque o horário dos<br />

jogos na Alemanha permite que o time visitante volte para casa no mesmo dia, e<br />

o outro técnico poderia perder o avião.<br />

Depois da entrevista conjunta, <strong>Guardiola</strong> conversa em sua sala com Hoeneβ,<br />

Rummenigge e Jan-Christian Dreesen, diretor financeiro do clube, que adoram<br />

destrinchar os detalhes técnicos do jogo. Esses bate-papos podem se prolongar, e

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