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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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Momento 14<br />

A derrota de Dortmund<br />

Dortmund, 27 de julho de 2013<br />

Pep carrega Valentina nos braços. A menina se abraça com força ao pai, como<br />

se entendesse a amargura do momento. Os jogadores do Bay ern já estão no<br />

ônibus, esperando o técnico com a camisa branca empapada de suor. Faz um<br />

calor mediterrâneo em Dortmund, 38 graus, e <strong>Guardiola</strong> acaba de perder seu<br />

primeiro jogo oficial e sua primeira final com o Bayern: a Supercopa alemã é do<br />

Borussia (vitória por 4 a 2). A dez metros da cena passeia, eufórico, Jürgen Klopp<br />

— vulcânico como sempre, exultante, feliz pelo triunfo.<br />

A Supercopa alemã é disputada em jogo único e foram vendidos todos os<br />

ingressos para o Signal Iduna Park de Dortmund, como acontece em todos os<br />

jogos de quase todos os estádios do futebol alemão. A final foi transmitida para<br />

195 países, e os dois técnicos estavam apenas no início de uma longa e amistosa<br />

rivalidade.<br />

Não existe glória sem desafios. Para Pep, Klopp era o adversário mais difícil<br />

que poderia encontrar em sua estreia oficial: Borussia e Bay ern, confrontando-se<br />

por mais um título, e estamos apenas no mês de julho. Bela maneira de iniciar<br />

um caminho. Trata-se de um antagonismo que parece promissor, talvez pela<br />

comparação inevitável com o embate <strong>Guardiola</strong> versus Mourinho, que levou os<br />

técnicos e suas respectivas equipes — Barcelona e Real Madrid — a grandes<br />

evoluções táticas e à excelência no jogo. Klopp seria o Mourinho alemão?<br />

Refiro-me apenas ao jogo de estratégia, não a questões colaterais. É verdade que<br />

<strong>Guardiola</strong> se cobra tanto que praticamente não precisa de pressão externa para<br />

criar propostas inovadoras. E Klopp tem o mesmo perfil, o que sugere a<br />

promessa de um duelo de engenhosos enxadristas sobre o tabuleiro dos enigmas<br />

futebolísticos.<br />

Dortmund, uma cidade orgulhosa de si mesma e de seu Borussia amarelo e<br />

negro, dá dolorosas boas-vindas a <strong>Guardiola</strong>. Essa é a Bundesliga real, em que no<br />

mês de julho já estão ligados os foguetes propulsores do vice-campeão europeu.<br />

Desde a final de Wembley, 63 dias antes, a equipe local mudou apenas um<br />

jogador: o lesionado Piszczek está ausente, e Nuri Şahin atua no meio de campo.<br />

O time titular do Dortmund, no tradicional 4-2-3-1, é o seguinte: Weidenfeller;<br />

Großkreutz, Hummels, Subotić, Schmelzer; Şahin, Bender; Błaszczykowski,<br />

Gündoğan, Reus; Lewandowski.<br />

No Bay ern, ao contrário, da equipe titular que ganhou a Champions não<br />

entram em campo Neuer, Dante, Schweinsteiger, Javi Martínez e Ribéry. Meio<br />

time fora. Thiago atua como único volante, com Kroos e Müller como meias,

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