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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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assistentes, nem os dirigentes, nem o diretor esportivo, absolutamente ninguém —<br />

sabia, naquele momento, que o quarto gol daria à equipe o primeiro lugar no<br />

grupo. Terminado o jogo, eles mesmos reconheceram isso.<br />

A derrota doeu no técnico catalão pela forma como aconteceu: por causa do<br />

relaxamento dos seus atletas. Matthias Sammer, que dois meses antes havia<br />

tumultuado o clube exigindo que os jogadores deixassem a zona de conforto,<br />

estava ainda mais irritado que <strong>Guardiola</strong>, mas nenhum dos dois falou sobre isso<br />

em público. Ao contrário, como já se sabe, as broncas são reservadas para as<br />

vitórias. Nas derrotas, calma. Publicamente, <strong>Guardiola</strong> disse: “Cumprimentamos<br />

o City pela grande vitória. Às vezes é preciso perder um jogo. Quero parabenizar<br />

os meus atletas pelo êxito [de terminar em primeiro no grupo] e espero que eles<br />

agora entendam como é difícil jogar na Europa. E é claro que os jogadores têm<br />

o direito de ter um dia ruim. Precisamos trabalhar mais”.<br />

Nos dias seguintes, Pep também não conversou com eles sobre a derrota.<br />

Deixou que os próprios jogadores refletissem sobre suas causas. Como havia<br />

confirmado na questão relativa à aquisição dos novos conceitos táticos, o técnico<br />

sabia que, às vezes, o ideal é falar pouco. É melhor reservar a lição que se extrai<br />

da derrota para o momento oportuno. Seus jogadores não eram bobos, pelo<br />

contrário: eles mesmos tirariam suas conclusões sobre a derrota por 3 a 2 diante<br />

do Manchester City.<br />

Quatro dias depois, em 14 de dezembro, encerrou-se o ano de 2013 na Allianz<br />

Arena. O Hamburgo perdeu por 3 a 1, quando novamente ganhou destaque o<br />

entendimento entre Thiago e Götze, cada vez mais entrosados. O Borussia<br />

Dortmund empatou em Hoffenheim, e o Bayer Leverkusen foi batido em casa<br />

pelo Eintracht Frankfurt, de modo que o Bay ern decolaria rumo a Marrakech<br />

com sete pontos de vantagem sobre o time de Leverkusen e doze sobre o de<br />

Dortmund, uma distância cada vez mais significativa, inimaginável para<br />

<strong>Guardiola</strong> apenas dois meses antes.<br />

O Bayern viajaria a Marrakech em busca de outro título, o quinto do ano de<br />

2013: o Mundial de Clubes. A caminho do aeroporto, <strong>Guardiola</strong> lê um balanço do<br />

ano com alguns dados surpreendentes. O Bay ern disputou 33 jogos de liga nesses<br />

doze meses: venceu trinta e empatou em apenas três deles, conseguindo 93<br />

pontos, um recorde histórico. Em dezessete jogos, o time foi dirigido por Jupp<br />

Hey nckes (dezesseis vitórias e um empate); em dezesseis, pelo próprio <strong>Guardiola</strong><br />

(catorze vitórias e dois empates), que se transformou no primeiro técnico invicto<br />

em seus primeiros dezesseis jogos na liga, nos quais somou 44 pontos, com 42<br />

gols a favor e apenas oito contra. Somando a partida recém-concluída, o time<br />

acumula 41 jogos de invencibilidade na liga (35 vitórias e seis empates) e se<br />

despede de Munique até 2014 com o status de equipe espetacular.<br />

Como era de esperar, <strong>Guardiola</strong> discorda: “Falta muito para melhorarmos,

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