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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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jogadas de ataque com mais força. Normalmente, são duas ou três ações com a<br />

bola e outras tantas com força. E transformo a volta do exercício em algo muito<br />

importante. Faço: força-força-força-antecipação, ou força-força-força-passe, ou<br />

então força-força-força-parede-chute. E volto ao ponto de partida. Intensidade<br />

máxima e pouca recuperação. Quando você faz isso três vezes seguidas, uma a<br />

cada trinta ou quarenta segundos, atinge o esforço pretendido. Cada jogador<br />

realizou hoje dezoito chutes nesse circuito. A evolução que buscamos é sempre<br />

pela via física e pela via técnico-tática”.<br />

A sessão contém mais duas atividades. A primeira é um jogo de posição, outra<br />

das ferramentas fundamentais para <strong>Guardiola</strong>. Em um retângulo de 20 m × 12<br />

m, são posicionadas duas equipes de sete jogadores, mais outros quatro que<br />

atuam como coringas (às vezes, são cinco) e sempre apoiam a equipe que está<br />

com a bola. O exercício consiste em passar a bola sem que a equipe adversária<br />

interrompa a sequência de passes. Quem tem a bola abre o campo tanto quanto<br />

suas limitadas dimensões permitem, quem não tem pressiona ao máximo. O<br />

atleta tem que saber se perfilar, tocar, mover-se e fazer a bola circular<br />

rapidamente, em geral com um só toque. É um exercício que exige<br />

concentração absoluta, excelência técnica, precisão no passe e uma grande<br />

maestria em cada movimento. Às vezes, <strong>Guardiola</strong> obriga jogadores como<br />

Thiago, Kroos, Schweinsteiger e Lahm a dar dois toques, enquanto os demais<br />

devem usar só o primeiro toque: essa diferença torna o exercício ainda mais<br />

complexo. Hoje, <strong>Guardiola</strong> comandou três séries da atividade, de cinco minutos<br />

cada uma, com dois minutos de recuperação entre elas. Durante o jogo, não há<br />

um segundo de respiro e Pep corrige os movimentos constantemente. Sem a<br />

menor dúvida, estamos diante do exercício mais enriquecedor que ele propõe,<br />

uma coreografia prodigiosa considerando o reduzido espaço em que é<br />

desenvolvida. Aqui, não há risos nem relaxamento, mas uma busca obsessiva<br />

pelo movimento adequado e o posicionamento correto, tanto individual como<br />

coletivo. E são produzidos momentos quase inverossímeis, em que surge o que<br />

<strong>Guardiola</strong> define como o tac-tac. Há tac-tac constante entre Lahm e Thiago, ou<br />

entre Kroos e Thiago. O tac-tac é o som limpo da bola quando dois desses<br />

fenômenos trocam passes na velocidade de um raio. É o som de Säbener<br />

Straβe…<br />

O treinamento chega ao último estágio do dia. Os atacantes são liberados e,<br />

como fazem sempre, bombardeiam o gol de Neuer e Starke. São vinte minutos<br />

de arremates livres, nos quais aparecem Müller, Mandžukić, Kroos e, com<br />

frequência, Pizarro. Hoje, Robben, que quase nunca pratica as finalizações,<br />

somou-se ao grupo.<br />

Para os defensores, o técnico preparou um exercício de controle dos contraataques<br />

rivais. Posicionam-se Rafinha, Van Buyten, Contento e Alaba. Javi

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