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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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jogo. E a análise do rival será cada vez mais importante”.<br />

O retiro do mês de janeiro em Doha representa um ponto de inflexão. Os<br />

jogadores já completaram uma fase de aquisição de conhecimentos, lideram a<br />

Bundesliga com folga, conquistaram novos títulos (Supercopa da Europa e<br />

Mundial de Clubes) e a confiança de <strong>Guardiola</strong> está no ponto máximo. Ele já não<br />

é o técnico carismático e mítico que havia conquistado tudo no Barcelona. Agora,<br />

é o treinador do Bay ern, que dirige todos os treinos, sob chuva, neve ou sol, com<br />

os titulares, os reservas ou os juvenis. Não é mais uma imagem icônica que deve<br />

ser reverenciada. É de carne e osso, é um sorriso, uma bofetada, um chute no<br />

traseiro, um grito, uma bronca. E é muitas ideias, técnicas e táticas. É a exigência<br />

permanente. Mais, mais e mais. <strong>Guardiola</strong> não ganhou apenas seus primeiros<br />

títulos com o Bayern: conquistou a maioria dos seus atletas.<br />

Doha é como o estouro do champanhe. O retiro chega depois de duas semanas<br />

completas de férias. É um descanso fundamental. As pernas relaxaram e as<br />

mentes dos jogadores clarearam depois de um ano sensacional, mas desgastante.<br />

Também é importante para <strong>Guardiola</strong>, que volta das férias com dois quilos a<br />

mais. Seus colegas da comissão técnica o verão correr com os jogadores, fazer<br />

abdominais e rejeitar pratos de massa em favor das saladas. Pep é vaidoso.<br />

Em Doha, prepara-se o segundo round do combate: o decisivo, o dos títulos. A<br />

parada de inverno foi uma bênção: “A parada na Alemanha é boa para o corpo e<br />

para a mente — explica Lorenzo Buenaventura. Se você falar com os médicos e<br />

os fisiologistas, eles concordarão. Na Inglaterra acontece o contrário: usa-se o<br />

Natal para se jogar a cada dois dias e os médicos reconhecem que isso é terrível<br />

para o corpo, porque em meados de janeiro os jogadores estarão esgotados. Com<br />

uma carga de jogos como a do Bayern em 2013, duas semanas de férias e três<br />

de pré-temporada são uma bênção”.<br />

A comissão técnica trabalha de forma parecida com o período no Trentino, em<br />

julho de 2013, mas há uma diferença importante: o time já é outro. Os jogadores<br />

cumpriram centenas de horas de trabalho e assimilaram novos conceitos.<br />

<strong>Guardiola</strong> lhes apresentou um software e depois dos tropeços iniciais, seus atletas<br />

se adaptaram às ideias. Aprenderam o novo “idioma” futebolístico.<br />

O vídeo que o jornal TZ on-line divulga, de um dos treinos em Doha,<br />

surpreende quem não teve a sorte de assistir ao vivo às sessões comandadas por<br />

<strong>Guardiola</strong>. O vídeo, que rodou o mundo, mostra o verdadeiro dia a dia da equipe:<br />

a intensidade do técnico pedindo aos jogadores que realizem os movimentos<br />

corretos. Em todos os treinos a entrega é a mesma. São oitenta minutos de<br />

treinamento, mas sempre no nível máximo, em busca do movimento apropriado,<br />

da ação que permitirá dar o salto de qualidade.<br />

Pergunto a Manel Estiarte sobre a mudança de <strong>Guardiola</strong>, que os torcedores e<br />

jornalistas alemães podem custar a compreender, mas que é significativa para

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