11.07.2017 Views

Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

em prática tudo o que Pep acrescentou à minha forma de jogar e extrair a minha<br />

essência”.<br />

Ele logo poderia demonstrar tudo isso, porque três dias mais tarde foi titular no<br />

Hamburgo × Bayern que abriu o troféu Telekom. O Bay ern atropelou por 4 a 0 e<br />

Thiago deu sinais de sua classe jogando como volante posicional, com Kroos a<br />

seu lado. <strong>Guardiola</strong> começava a revelar suas intenções para a final em<br />

Dortmund: se Thiago resistisse fisicamente, seria o volante titular na Supercopa.<br />

Na final do troféu, no dia seguinte, domingo 21 de julho, o técnico repetiu a<br />

ideia, mas acrescentou mais uma peça. Com Thiago como volante, Lahm e<br />

Kroos ocuparam os outros dois lugares no meio--campo. O capitão trazia o<br />

instinto defensivo e Kroos, a criatividade. O trio funcionou maravilhosamente, e o<br />

Bayern massacrou o Borussia Mönchengladbach (5 a 1). Se a parte física de<br />

Thiago suportasse, já existia uma equipe titular para enfrentar o Dortmund na<br />

semana seguinte. Mas ainda faltava receber o Barça na Allianz Arena.<br />

O jogo não era um desejo de <strong>Guardiola</strong> por uma razão evidente: sua ligação<br />

com o Barça é profunda e apaixonada. Seria estranho se não fosse assim,<br />

considerando que estamos falando de uma cria de La Masia que atuou como<br />

gandula, jogador, capitão, técnico, porta-voz e símbolo do Barcelona. Pep foi de<br />

tudo no clube catalão, e foi tudo o que realmente quis ser: jogador e técnico.<br />

Enfrentar o ex-clube nunca será agradável para ele.<br />

A partida amistosa havia sido marcada para a quarta-feira, dia 24, apenas três<br />

dias antes da final da Supercopa da Alemanha, outro motivo para o<br />

descontentamento. Mas se tratava da Copa Uli Hoeneβ, um tributo ao presidente,<br />

ao patriarca, ao papa do Bay ern, como ele é chamado carinhosamente, então<br />

era preciso atender ao compromisso. Para o Barcelona, também não era um<br />

confronto ideal: seus jogadores da seleção espanhola seguiam de férias, e o pior<br />

era a recaída do técnico, Tito Vilanova — cinco dias antes, soube-se que ele<br />

estava novamente doente e teria que abandonar definitivamente o banco do clube<br />

que conduzira ao título da Liga. Na terça-feira, 23 de julho, Gerardo Tata <strong>Marti</strong>no<br />

fora apontado como o novo técnico, mas não houve tempo para que ele estivesse<br />

em Munique para o jogo.<br />

No banco do Barcelona se sentou Jordi Roura, que já fora técnico interino<br />

enquanto Tito Vilanova se recuperava dos problemas de saúde em Nova York, no<br />

início de 2013. O Barça, além disso, voltava ao estádio de seu pesadelo mais<br />

recente: apenas três meses antes acontecera a semifinal da Champions, na qual<br />

Jupp Heynckes comandara o massacre por 4 a 0 — na volta, no Camp Nou, deu<br />

Bayern novamente, por 3 a 0. Somados todos os fatores, ninguém estava muito<br />

feliz com a partida, mas era preciso jogá-la.<br />

Thiago foi o volante do Bayern de novo, outra vez acompanhado por Lahm e<br />

Kroos. O time para o jogo em Dortmund parecia montado. O amistoso teve

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!