11.07.2017 Views

Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Momento 33<br />

Os 94 passes<br />

Manchester, 2 de outubro de 2013<br />

Um total de 94 passes seguidos, em três minutos e 27 segundos, serviu para<br />

ilustrar a “tomada de Manchester”, uma noite em que o Bay ern conquistou o<br />

Etihad Stadium e Pep <strong>Guardiola</strong> sorriu, enfim, satisfeito. Sua equipe pairou no ar<br />

como uma mariposa e picou como uma vespa — como definira Muhammad Ali,<br />

décadas antes, ao se referir a seu próprio estilo de boxear. Inevitavelmente, o<br />

jogo do Bay ern lembrou o praticado pelo Barcelona de Pep na noite de 2010 em<br />

que derrotou o Real Madrid de Mourinho por 5 a 0, no Camp Nou.<br />

Os 94 passes significaram um momento especial no futebol europeu. O<br />

campeão visitava um estádio temível e espetacular, seu adversário havia se<br />

reforçado e tinha no banco um excelente treinador, Manuel Pellegrini, invicto até<br />

então no Etihad. Mas nessa noite, tudo correu muito bem para o Bay ern durante<br />

oitenta minutos. Foi a noite quase perfeita, a partida em que <strong>Guardiola</strong> provou a si<br />

mesmo que podia voltar a jogar com a maestria do Barça sem dispor dos<br />

mesmos jogadores.<br />

Todos, <strong>Guardiola</strong> inclusive, apressam-se em dizer que não se trata do “Barça<br />

2.0”. Arjen Robben resume o sentimento do vestiário: “Jogamos oitenta minutos<br />

fantásticos, mas não somos o ‘Barcelona — parte dois’. Entendo a comparação,<br />

mas não temos jogadores como Xavi ou Messi e somos diferentes. Só queremos<br />

dominar, com a bola em nosso poder”.<br />

Antes de comparecer diante da imprensa, <strong>Guardiola</strong> tem tempo de telefonar a<br />

um amigo, no vestiário: “Calma e pés no chão, Nanu, mas que exibição! Que<br />

exibição!”. É um dos seus grandes momentos como técnico, não apenas pela<br />

grande vitória (3 a 1) em um estádio que não via uma derrota da equipe da casa<br />

em competições europeias desde 2008. Foi especial pela forma como o time<br />

jogou, pondo em prática todo o repertório desejado por Pep: intensidade no<br />

ataque, busca permanente da área adversária, posse de bola agressiva, fluidez e<br />

mobilidade constantes. A partida deixou em <strong>Guardiola</strong> uma lembrança indelével,<br />

porque foi a primeira em que o seu Bayern se pareceu com o que ele sonhava.<br />

De qualquer forma, diante da imprensa ele é moderado: “Temos muitas coisas<br />

para melhorar”. É verdade. Os últimos dez minutos foram de domínio total do<br />

Manchester City, que, com Negredo em campo, mudou seu futebol tímido e<br />

conseguiu bater Neuer uma vez, além de acertar o travessão e deixar a defesa<br />

bávara em sérios apuros, a ponto de Boateng ter sido expulso.<br />

O Bay ern chegara a Manchester com certa inquietação, porque seu último<br />

jogo na liga — em Munique, diante do Wolfsburg — tinha sido complicado. O

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!