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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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Momento 56<br />

Os primeiros sintomas<br />

Manchester, 1° - de abril de 2014<br />

Trata-se da terceira visita do Bayern a um estádio inglês nesta edição da<br />

Champions. O time de <strong>Guardiola</strong> prevaleceu nos dois anteriores: no Etihad<br />

Stadium do Manchester City, onde fez uma verdadeira exibição de jogo e saiu<br />

com a vitória (3 a 1), e no Emirates Stadium do Arsenal, em que sofreu durante<br />

sete minutos mas ofereceu um recital a partir de meia hora de jogo para acabar<br />

vencendo (2 a 0). O Bayern dominou igualmente em Old Trafford, apesar de<br />

não ter conseguido ganhar. O Manchester United fazia uma temporada amarga e<br />

discreta, mas se defendeu com muita coragem e evitou o triunfo alemão (1 a 1).<br />

O Bayern encurralou o Manchester em sua área, obrigando-o a se defender<br />

com uma linha tripla disposta em um 6-2-2 que quase não conseguiu produzir<br />

contragolpes. Em um dos poucos que realizou, Welbeck acabou sozinho com<br />

Boateng. O zagueiro alemão hesitou, talvez recordando o conselho que <strong>Guardiola</strong><br />

lhe dera, e permitiu que o atacante inglês ficasse cara a cara com Neuer. Mas no<br />

mano a mano, o goleiro se saiu melhor e evitou o gol. Com Lahm de volante e<br />

Kroos e Schweinsteiger como meias, o Bayern foi dono do jogo, mas deixou<br />

evidentes alguns indícios de problemas já observados anteriormente: o grande<br />

domínio não se traduz em chances de gol; a taxa de acerto nas finalizações é<br />

muito baixa, uma tendência que já perdura por toda a temporada; além disso,<br />

muitos adversários tendem a se fechar, o que reduz os espaços e dificulta os<br />

arremates bávaros; Franck Ribéry atravessa uma fase ruim e não consegue se<br />

livrar de seus marcadores, de modo que o ataque do Bayern depende quase<br />

exclusivamente do lado direito e, portanto, apenas de Robben; e Schweinsteiger<br />

vem sendo mais importante marcando gols (em Old Trafford anotou o quarto<br />

tento nos seis últimos jogos) que no jogo em si, porque desacelera demais.<br />

São somente pequenos sintomas notados em uma partida brilhan-te, dominada<br />

pelo Bay ern — apesar do surpreendente gol sofrido depois da cobrança de<br />

escanteio, em cabeçada de Vidić. Digo que foi surpreendente porque até então a<br />

equipe sofrera apenas três gols desse tipo em toda a temporada: um de Adrián<br />

Ramos, atacante do Hertha; outro de Niklas Süle, zagueiro do Hoffenheim, que<br />

aproveitou uma bola rebatida após um erro de Neuer, e o terceiro, um gol contra,<br />

obra de Rafinha contra o Schalke. Três gols após tantas cobranças de escanteio<br />

em 45 jogos oficiais é um ótimo número para uma defesa que adotou a<br />

marcação por zona, marca registrada de <strong>Guardiola</strong>.<br />

Para Pep, a defesa por zona é fundamental em seu sistema: “Eu acredito que<br />

assim nos defendemos melhor porque cada jogador deve se ocupar apenas da

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