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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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<strong>Guardiola</strong> não só capturou a atenção de todos os atletas, como também mudou<br />

a feição deles. Quem esperava ouvir palavras de ordem ou gritos de motivação,<br />

recebendo assim uma injeção de adrenalina, acaba escutando, em meio a toda a<br />

agitação no estádio, uma pequena história. Van Buy ten e Starke, em uniforme de<br />

treino, abraçam-se atrás de Pep, junto do dr. Müller-Wohlfahrt. Na primeira fila,<br />

estão Kroos, Lahm e Ribéry. Alaba apoia o cotovelo em Müller, também em<br />

uniforme de treino, assim como Robben. Em um segundo círculo, estão Javi<br />

Martínez, Shaqiri, Dante, Boateng e Mandžukić; os assistentes técnicos Domènec<br />

Torrent e Hermann Gerland; o reserva Kirchhoff; o fisioterapeuta Gianni<br />

Bianchi; os preparadores físicos Lorenzo Buenaventura e Andreas Kornmayer;<br />

Götze, Claudio Pizarro, Rafinha e Contento. Ligeiramente separados do grupo,<br />

vemos Matthias Sammer e Bastian Schweinsteiger. Em outro canto está Manuel<br />

Neuer, que repassa com Toni Tapalović o histórico de cobranças dos batedores do<br />

Chelsea. Estiarte agora também se afastou alguns metros.<br />

O ambiente é calmo, mas descontraído. Os jogadores sorriem. Estão à vontade<br />

diante do tom da conversa: “Com Manel e os pênaltis, eu aprendi duas coisas.<br />

Escutem bem. São as duas únicas coisas que vocês têm que fazer agora, só duas.<br />

A primeira: vocês têm que decidir agora onde baterão o pênalti e não devem<br />

mudar de ideia por nada. Vou repetir: decidam imediatamente e não mudem de<br />

ideia por nada. E a segunda coisa: repitam mil vezes que vamos marcar o gol.<br />

Não parem de repetir isso a partir de agora e até que tenham chutado. Não<br />

tenham medo e não mudem de opinião”.<br />

“Foi uma conversa incrível”, disse mais tarde Matthias Sammer. Mas ainda<br />

não tinha terminado. Depois dos dois conselhos, Pep acrescentou algo: “Rapazes,<br />

não há lista de batedores. Bate quem quiser. Todos vão marcar. Escolham vocês.<br />

Quem quer bater?”.<br />

Alaba é o primeiro a se oferecer. Kroos levanta a mão esquerda<br />

imediatamente e Lahm em seguida. Pep dá um de seus costumeiros tapas no<br />

rosto do capitão. Ribéry se apresenta para bater e o técnico também lhe dá um<br />

leve golpe no peito. Shaqiri se oferece e Pep comemora dizendo: “Bravo, Shaq!”.<br />

Eles mesmos escolheram. E a ordem das cobranças? “Vocês decidem, como<br />

quiserem. Na ordem que preferirem e se sentirem confortáveis. Não importa:<br />

marcaremos o gol em todos os chutes.”<br />

Eles decidem bater exatamente na ordem em que se candidataram. Quando<br />

estão saindo depois do chamado do árbitro, <strong>Guardiola</strong> agarra Ribéry e Lahm,<br />

fazendo todo o grupo voltar: “Só mais uma coisa. Lembrem: vocês já decidiram<br />

onde irão chutar e, de agora até o momento do chute, não parem de repetir para<br />

si mesmos que será gol. A cada passo que derem: gol, gol, gol…”.<br />

Dos sete que haviam praticado na segunda, marcando 42 gols em 42<br />

cobranças, apenas Kroos e Shaqiri baterão. Nada de Müller ou Robben, que

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