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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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avançar para pressionar o atacante que recebe a bola e, nesse preciso instante, o<br />

segundo zagueiro deve ocupar o lugar do primeiro, que subiu para fazer a<br />

pressão. Enquanto isso, o volante deve voltar para cobrir a posição do segundo<br />

zagueiro. Tem que ser um movimento contínuo de cobertura do companheiro,<br />

quase como um biombo que se dobra em sequência. Deve ser instantâneo”.<br />

Os QUINZE PASSES INICIAIS<br />

A posse de bola é só um instrumento, uma ferramenta, não é um objetivo nem<br />

um fim em si. O técnico explica: “Se não houver uma sequência de quinze passes<br />

preparatórios, é impossível realizar bem a transição entre ataque e defesa.<br />

Impossível. O importante não é ter a bola, nem passá-la muitas vezes, mas<br />

combinar os passes com uma intenção. Os percentuais de posse de bola ou o<br />

número de passes de um time ou de um atleta não têm a menor importância: o<br />

que importa é a intenção por trás dos passes, o que se buscava quando foram<br />

dados, o que uma equipe pretende quando tem a bola em seu poder. Isso é o que<br />

importa!<br />

“Ter a bola é importante se você vai dar quinze passes seguidos no meio de<br />

campo com o objetivo de ordenar a si próprio e, simultaneamente, desordenar o<br />

adversário. E como o desordenamos? Tentando trocar esses passes em<br />

velocidade, com um sentido concreto. Com essa sequência de quinze passes,<br />

você agrupa a maioria dos seus atletas, ainda que precise deixar alguns deles<br />

distantes entre si para alargar a equipe contrária. E enquanto você troca esses<br />

quinze passes e se ordena, o adversário o persegue por todos os lados, procurando<br />

roubar a bola, mas, sem se dar conta, acaba se desorganizando completamente.<br />

“Se você perde a bola, o jogador que conseguirá roubá-la provavelmente vai<br />

estar sozinho e cercado de atletas seus, que a recuperarão com facilidade ou,<br />

pelo menos, impedirão que o time adversário possa construir uma transição<br />

rápida. Esses quinze passes de preparação são os que impossibilitam a transição<br />

do rival.”<br />

O CUIDADO COM OS JOGADORES LIVRES<br />

No futebol, há basicamente dois tipos de propostas: as que se organizam pela bola<br />

e as que se constroem pelos espaços: “Se você quer ganhar os jogos mantendo a<br />

bola em seu domínio, deve proteger suas costas e cuidar dos rivais que atuam<br />

livres, que no basquete costumam ser os pivôs, jogadores que ficam posicionados<br />

no garrafão rival para marcar pontos com facilidade”, diz <strong>Guardiola</strong>.<br />

De modo geral, a equipe que se propõe a jogar pelos espaços e cede a bola ao<br />

rival deixará um número reduzido de jogadores livres. Normalmente, serão dois:<br />

o meia-atacante e o atacante; talvez um, o meia-atacante, que esperará em um<br />

dos lados do campo até que um companheiro consiga roubar a bola. O outro

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