11.07.2017 Views

Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

vai novamente como volante; Rafinha e Alaba cumprem seu novo papel; Müller<br />

se diverte jogando como segundo atacante atrás de Mandžukić, e a equipe<br />

recupera Schweinsteiger — que pode experimentar por alguns minutos o lugar de<br />

Kroos. O segundo gol, além de tudo, nasce de uma jogada ensaiada no treino do<br />

dia anterior: na cobrança de uma falta lateral, Ribéry e Robben simulam uma<br />

discussão sobre quem baterá, fingem que vão chutar, mas recuam e, por fim, de<br />

surpresa, o holandês cruza na área para que Mandžukić cabeceie para o gol sem<br />

marcação — ainda que em impedimento. A defesa do cska se distraiu.<br />

Domènec Torrent, Hermann Gerland e Pep se abraçam efusivamente depois<br />

do sucesso da jogada ensaiada. Para a comissão técnica, é muito gratificante que<br />

suas ideias terminem em gol; para <strong>Guardiola</strong>, é o primeiro jogo do ano em que<br />

começa a perceber o time trilhando o caminho que ele havia imaginado. Não foi<br />

preciso nenhum discurso no intervalo para alterar a dinâmica da equipe, e os dois<br />

laterais entenderam perfeitamente o que o técnico pretendia. Pela primeira vez<br />

em seis anos, o campeão da Champions estreia na edição seguinte vencendo sua<br />

primeira partida (não acontecia desde que o Milan bateu o Benfica por 2 a 1 em<br />

2007: todos os campeões posteriores empataram na estreia).<br />

Meses mais tarde, recordando aquele momento, o escritor Ronald Reng , autor<br />

de Robert Enke: Uma vida curta demais, nos dirá: “Jogaram muito bem. Davam<br />

passes com tanta velocidade e fluidez que o cska parecia um time da terceira<br />

divisão. Me fizeram lembrar o Barça de 2009, mas com a tradicional rapidez do<br />

Bayern no contra-ataque ou na pressão para fechar espaços quando perdiam a<br />

bola. Desde aquele jogo, vimos um time que nunca tínhamos presenciado na<br />

Alemanha”.<br />

A ideia de jogo será reforçada ainda mais na visita a Gelsenkirchen e ao<br />

vibrante estádio do Schalke 04. Quando tem a bola, o Bay ern se posiciona em um<br />

claro 3-4-2-1, e quando não tem, defende-se em um 4-3-3. Assim que a nova<br />

formação se assenta, com os laterais atuando como meios-campistas, a equipe se<br />

move com mais leveza, criando espaços para os atacantes — transformados em<br />

facões afiados que cortam o Schalke por fora e por dentro. Na direita, Robben<br />

ataca mais aberto, de modo que resta a Rafinha avançar por dentro, que é onde<br />

ele evolui melhor. No lado esquerdo, Ribéry e Alaba trocam de posição<br />

constantemente.<br />

Quando olha para trás, <strong>Guardiola</strong> tem motivos para sorrir: há uma semana<br />

estava abatido e desanimado e não encontrava o ponto de fervura de que o time<br />

precisava; mas sete dias depois, sabe que conseguiu três vitórias in crescendo (2 a<br />

0 contra o Hannover, 3 a 0 contra o cska, 4 a 0 contra o Schalke). Além disso, o<br />

que é o mais importante: o jogo coletivo está alcançando a harmonia buscada. A<br />

ideia dos laterais situados no meio-campo começa a dar frutos. Foi o clique.<br />

Duas horas antes e a muitos quilômetros de distância, em Nuremberg , o

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!