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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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táticas por conta própria no campo, e não seria possível seguir mais um ano<br />

assim, ainda mais depois de ter ganhado tudo. Então, o grupo precisava do<br />

estímulo de um novo técnico que tem ideias, que tem um plano e o aplica dia a<br />

dia. Eu não via nenhum técnico no mundo capaz de oferecer isso, além de<br />

<strong>Guardiola</strong>. Creio que a equipe teve uma evolução maravilhosa. Eu nunca tinha<br />

visto um Bay ern com tanta intensidade. O jogo contra o City, em Manchester, foi<br />

um espetáculo fantástico, extraordinário. Pep sempre sabe muito bem o que quer.<br />

É um cara que quer ajudar os jogadores, quer jogar em sintonia com os atletas e<br />

não contra eles, mas que também sabe muito bem quais são os seus objetivos”.<br />

No dia seguinte, eu falei com Daniel Rathjen, jornalista do Eurosport<br />

Alemanha, que acompanhou de perto a temporada do Bay ern: “O inverno foi<br />

muito importante para Pep e para o Bay ern. Ele chegou no verão com sua<br />

filosofia e suas ideias novas, mas aquele Bay ern ainda era o time de Hey nckes.<br />

Os jogadores ainda sentiam isso, assim como os diretores e o próprio Pep. Via-se<br />

no modo de jogar, e para ele foi um grande desafio promover essa mudança.<br />

Mas a mudança necessitava de tempo. Acho que o fator catalisador aconteceu<br />

em Marrakech, depois da vitória no Mundial de Clubes. Então, uma vez mais, Pep<br />

agradeceu a Hey nckes. Ele disse: ‘Danke, Jupp, por ter nos dado a oportunidade<br />

de ganhar este título’. Mas foi uma ruptura. Foi o último título da velha equipe. No<br />

Catar, após a parada de inverno, Pep realmente deu início à sua etapa. Jogadores<br />

como Robben, Schweinsteiger, Lahm e Ribéry compreenderam que podiam<br />

seguir ganhando grandes títulos e para Pep ficou muito mais fácil fazer frutificar<br />

as ideias que ele havia plantado. A fase anterior a fevereiro havia servido para<br />

que as partes envolvidas se conhecessem, estabelecessem rotinas automáticas e<br />

sobrevivessem à praga das lesões, e, apesar de tudo isso, o Bay ern dominou a<br />

liga de maneira acachapante. A partir de janeiro, começou outra fase: a de<br />

funcionar como um grupo sólido”.<br />

Também tive uma conversa com Ronald Reng, escritor de grande prestígio,<br />

autor de diversos livros, dentre os quais o mais famoso é Robert Enke — Uma<br />

vida curta demais. Ronald viveu vários anos em Barcelona e conheceu em<br />

detalhes o Barça de <strong>Guardiola</strong>, de forma que para ele é fácil estabelecer<br />

qualquer comparação com o Bayern: “Os jogadores do Bay ern me<br />

surpreenderam mais que o próprio Pep. Eu já conhecia Pep do Barça e também<br />

suas ideias de jogo e sua capacidade de inovação. Mas a atitude humilde dos<br />

jogadores, sempre dispostos a aprender, me surpreendeu. Porque em alguns<br />

casos a mudança foi radical, foi como ir viver no exterior. De qualquer modo,<br />

vejo muita diferença entre o jogo do Bay ern e o do Barça. Há partidas,<br />

normalmente em casa, em que podemos ver semelhanças, mas são poucas. O<br />

Bay ern tem uma capacidade de atacar a partir do nada que o Barça não possuía.<br />

É a capacidade de construir algo a partir do nada”.

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