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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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meios-campistas que atacassem agressivamente a primeira linha do FC<br />

Augsburg. Que tentassem superá-la por meio de passes verticais, evitando fazer o<br />

u, aquela inútil combinação de passes horizontais no próprio campo. Mas, durante<br />

grande parte do jogo, eles não conseguiram. O gol de Robben logo no início<br />

facilitou as coisas, apesar da grande pressão exercida pelo time da casa. Ribéry<br />

conseguiu jogar quase meia hora, e Müller fez o que dele se esperava: um<br />

Müllered, um desses gols de estética duvidosa e definição incerta que só o<br />

atacante bávaro é capaz de marcar. Desta vez, ele usou alguma região indefinida<br />

das costas.<br />

<strong>Guardiola</strong> continuava insatisfeito: “Não estamos jogando bem, não mesmo.<br />

Trabalhamos bem, temos bons resultados e estou contente com os jogadores,<br />

mas não estamos jogando como devemos. Preciso contar com todos os atletas e<br />

temos que melhorar. Tenho que entender melhor a equipe para extrair todo o<br />

potencial desse grupo, porque até agora não fizemos grandes jogos…”.<br />

Comentei sobre esse rigor de <strong>Guardiola</strong> com o jornalista Julien Wolff, do<br />

jornal Die Welt, que fez a seguinte análise: “Quando chegou a Munique no verão,<br />

nós achávamos que Pep iria querer que o Bay ern jogasse como o Barça, mas o<br />

que ele fez na realidade foi um mix entre o Bay ern de Hey nckes e o seu<br />

Barcelona. Neste momento, o Barcelona já não é o melhor time do mundo: foi,<br />

mas não é mais. E para o Bay ern de <strong>Guardiola</strong> ainda falta alguma coisa. O<br />

técnico reconheceu que ainda não é a ‘sua’ equipe, mas que em fevereiro ou<br />

março devemos ver o Bayern como ele quer, principalmente se recuperar os<br />

lesionados”.<br />

Nestes dias de dezembro, Paul Breitner é o mais otimista de todos: “Eu<br />

esperava que os jogadores demorassem muito mais para compreender as ideias<br />

de <strong>Guardiola</strong>, muito mais. Mas eles já chegaram lá. Bom, hoje não estamos<br />

jogando tão bem como há algumas semanas, em Manchester ou Leverkusen, por<br />

exemplo, mas não se ganha a liga ou a Champions jogando de forma sempre<br />

brilhante. Ganha-se com trabalho. E esse time sabe brilhar e trabalhar, como<br />

ontem em Augsburgo, ou como em Moscou e em outras partidas das últimas<br />

semanas. Isso é o que tem mais valor, muito mais que o brilho. Se você tem uma<br />

equipe de artistas que sabe trabalhar e compreende que às vezes é possível<br />

brilhar e às vezes é preciso trabalhar duro, isso é o que faz a diferença. É o<br />

caráter da equipe. E esse Bay ern, com esse técnico, tem um grande caráter.<br />

Estou certo de que teremos muito sucesso nos próximos três, quatro, cinco anos”.<br />

Como sempre depois de uma partida, <strong>Guardiola</strong> está em ebulição. Pensa nos<br />

lances do jogo recém-encerrado, que se transformam em ondas de ideias, uma<br />

maré que sobe e desce. Ao mesmo tempo, começa a dissecar o próximo<br />

adversário, procurando a melhor maneira de atacá-lo e vencê-lo. O dia seguinte<br />

costuma ser uma combinação das duas coisas: as conclusões sobre o ocorrido no

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