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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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por todos os seus atos. Não pode acusar os outros: se o Bay ern não funciona, é<br />

por culpa sua. E ponto.<br />

Durante seis horas, ele repassa os vídeos do jogo de sábado e toma notas.<br />

Desenha em sua agenda, apaga os desenhos e volta a construir ideias sobre o<br />

papel. Um mestre de obras é um construtor modesto. Pep passa a tarde<br />

analisando o problema e, a certa altura, acredita ter encontrado a solução. Então,<br />

dá um grito: “Maria! Màrius! Venham, rápido! Encontrei!”.<br />

Não é o “Eureca!” de um inventor, mas a voz de um aluno que se sente apto a<br />

fazer o exame, o grito de quem acredita ter achado a solução para o problema e<br />

sabe que deve descrevê-la aos professores. Maria e Màrius são seus professores.<br />

Pep explica a eles os mínimos detalhes de cada partida, e as crianças ficam<br />

entusiasmadas: são dois fanáticos pela tática no futebol e, além disso, não têm a<br />

menor piedade do pai. Se a ideia que ele exprime não lhes parece consistente,<br />

eles a descartam sem dó. Neste domingo à noite, as crianças aprovam o trabalho.<br />

Exame superado.<br />

Às oito da manhã da segunda-feira, o técnico está em sua sala em Säbener<br />

Straβe com Manel Estiarte. A mesa está cheia de papéis, o computador exibe o<br />

jogo contra o Hannover e nas duas lousas há um monte de esquemas táticos<br />

desenhados. Estiarte se lembra daquela manhã com um sorriso: “É um dos dez<br />

grandes momentos de Pep. E olha que ele viveu muitos grandes momentos! Esse<br />

foi um impressionante”.<br />

<strong>Guardiola</strong> está exaltado. O desânimo do sábado (“Não vejo uma equipe, não<br />

consigo encontrá-la!”) deu lugar ao entusiasmo da segunda-feira (“Achamos,<br />

achamos!”). E ele explica sua ideia, no início devagar para depois acelerar, até<br />

que o interlocutor se perca em um emaranhado de gestos e detalhes.<br />

Aproximadamente, é o seguinte: “Manteremos Lahm como volante. Nisso, não<br />

mexemos. Dos lados, Boateng e Dante, para que Lahm possa avançar<br />

agressivamente e dividir o adversário. Bastian e Kroos à frente dele, como meias<br />

ofensivos, e então fazemos o movimento: Rafinha e Alaba deixam de ser laterais<br />

e passam a ser também meios-campistas. Movimentam-se sobretudo por dentro,<br />

mesmo que possam alternar por fora com Robben e Ribéry. Com a bola,<br />

seremos verticais a partir do posicionamento criado por Alaba e Rafinha. Se<br />

perdermos a redonda, teremos todos os jogadores no centro do campo e bem<br />

adiantados: será fácil recuperá-la”.<br />

É um 3-4-2-1. Na linha de três estarão os dois zagueiros mais Lahm, cravado<br />

entre Boateng e Dante para a saída de jogo. O capitão Lahm já é, a essa altura, o<br />

melhor volante do Bay ern: quem melhor sai com a bola e divide as linhas<br />

adversárias, quem sabe o que fazer a cada momento. É o mais valente e não há<br />

quem lhe tire a bola. Na linha de quatro, estarão os dois laterais e os dois meias,<br />

formando um grupo cerrado de meios-campistas ofensivos, mas também uma

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