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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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Munique, 15 de fevereiro de 2014<br />

Momento 45<br />

A ideia matriz é a evolução<br />

No começo de fevereiro, Mario Götze marca o primeiro gol do ano na Allianz<br />

Arena. Faz sete semanas que o Bayern não pisa no seu estádio e em tão pouco<br />

tempo muitas coisas mudaram. Não é só <strong>Guardiola</strong> que parece outro, mas a<br />

equipe também se movimenta de forma diferente, está mais veloz e elétrica,<br />

com a energia renovada — apesar de a lista de lesionados nunca ter fim. Ao<br />

longo desse período, Thiago se transformou na imagem de um Bay ern soberano:<br />

“Thiago precisava marcar um golaço como aquele”, <strong>Guardiola</strong> explica, “para<br />

que as pessoas compreendessem a grande qualidade que ele tem. Thiago nunca<br />

será um grande goleador, mas é um grande jogador. Lembre o que ele fez em<br />

Dortmund: havia três meses que não jogava, entrou e mudou o jogo”.<br />

O aumento da influência de Thiago não se deve apenas ao efeito psicológico<br />

de seu golaço em Stuttgart: tem razões táticas. <strong>Guardiola</strong> abandonou a ideia de<br />

jogar com um único volante e com o falso 9. As circunstâncias pesaram. Em<br />

vários jogos, precisou contar com um centroavante e um ponta de lança, o que<br />

por sua vez o obrigava a se proteger um pouco mais no meio de campo.<br />

Começou a acontecer no mês de outubro: todas as vezes que colocava Götze<br />

como ponta de lança atrás de Mandžukić, modificava o posicionamento dos<br />

meios-campistas e fazia uso da dupla de volantes. Já em janeiro, na épica virada<br />

na Mercedes-Benz Arena de Stuttgart, ele teve que posicionar Thiago e Lahm<br />

como volantes para que Pizarro atuasse como meia-atacante atrás de Mandžukić.<br />

E a dinâmica do time melhorou tanto que o técnico optou por modificar seu<br />

esquema tradicional: “Nesta posição”, diz Pep, “Thiago está sempre em contato<br />

com a bola, dá um ou dois toques e gera a continuidade de jogo. E Lahm o ajuda<br />

muito porque dá fluidez. Philipp é muito bom e torna Thiago ainda melhor”.<br />

Domènec Torrent resume o acontecido: “A dupla de volantes nasceu pelo<br />

desaparecimento do falso 9. Quando precisamos colocar mais um centroavante,<br />

o ponta de lança, tivemos que recorrer à dupla de contenção porque, além de<br />

tudo, os volantes ficam mais à vontade jogando ao lado de um meia em vez de<br />

dois”.<br />

Houve muita rotatividade: de um jogo para o seguinte mudavam--se até sete<br />

jogadores titulares, e apesar disso, o início do ano na Allianz Arena foi<br />

espetacular, com Götze e Thiago encantando e Lahm consolidado como volante.<br />

Em 2 de fevereiro, a Schickeria, torcida de ultras do Bayern, começou a cantar:<br />

“Campeões em março! Campeões em março!”. E de fato, o que se viu a partir<br />

de então foi uma avalanche. Entre 2 de fevereiro e 8 de março, em 35 dias, o

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