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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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ecuperarem. “Se fizermos algo de bom nesta temporada, será devido a essa<br />

mudança”, repete <strong>Guardiola</strong>, lembrando-se do momento da decisão, em Praga,<br />

depois de meia hora de jogo na Supercopa europeia.<br />

Pergunto a Roman Grill, representante de Philipp Lahm, o que ele pensou<br />

naquele jogo, quando viu que <strong>Guardiola</strong> pedia a Lahm que fosse para o meio: “A<br />

verdade é que pensei: até que enfim um técnico encontrou o lugar natural de<br />

Philipp. Porque o que acontecia na Alemanha até agora é que não se jogava um<br />

futebol exatamente técnico, mas principalmente físico, e muitos treinadores<br />

desperdiçaram essa oportunidade. Então, já fazia muito tempo que eu vinha<br />

pensando que essa era a melhor posição para Philipp”.<br />

Roman Grill foi jogador do Bayern ii (era volante) e treinador da equipe<br />

juvenil: “Reconheço que tenho uma vantagem. Fui técnico de Philipp quando ele<br />

era juvenil e já o fiz jogar como volante. Acho que suas características que mais<br />

se destacam são a inteligência no jogo e a capacidade de ler taticamente a<br />

partida. Por isso, um jogador como ele tem que estar no meio. Philipp contribui<br />

muito para a organização defensiva, mas também para a fluidez do jogo. Já<br />

como lateral tinha esse dom de ver o companheiro e passar a bola em<br />

progressão, o que facilitava o jogo coletivo. Mas na posição de volante, essa<br />

capacidade se destaca ainda mais”.<br />

Nessa sexta-feira prévia à retomada da Bundesliga, <strong>Guardiola</strong> fala pouco e<br />

pensa muito. Preocupa-se pela dispersão de seus jogadores, que durante dez dias<br />

dividiram-se pelo mundo todo com suas seleções. Também vieram boas notícias:<br />

os 45 minutos que Joachim Löw deu a Mario Götze na seleção alemã são<br />

importantes para a recuperação da grande contratação do time, que ainda não<br />

está totalmente em forma. E <strong>Guardiola</strong> gostou especialmente do treinador ter<br />

posicionado Lahm como volante durante os últimos quinze minutos do jogo<br />

contra a Suécia. Qualquer outro teria evitado a ideia, mas Löw valorizou a<br />

experiência e deixou o ego de lado. Não se importou que o mundo do futebol<br />

pudesse pensar que estava imitando um movimento de <strong>Guardiola</strong> e deu<br />

prioridade ao desejo de melhorar a equipe. Nesse dia, <strong>Guardiola</strong> viu com bons<br />

olhos o gesto de Löw.<br />

Hoje se ouviram boas notícias vindas de Barcelona, pois Gerard Piqué deu<br />

estas declarações à revista So Foot: “<strong>Guardiola</strong> é o melhor técnico que já tive.<br />

Trabalhava 24 horas por dia”. E, como acontece com qualquer ser humano, Pep<br />

sentiu que o elogio adoçou sua manhã e usou uma de suas frases batidas<br />

preferidas: “Essas coisas dão sentido à nossa profissão”.<br />

À tarde, ele já pensa somente no Mainz, e está mais sério e calado que em<br />

outros dias. Até que abre a boca e não para mais. No primeiro jogo rápido de<br />

onze contra dez, permanece calado; no segundo, em campo mais reduzido, grita<br />

a plenos pulmões. Corrige posições, pede intensidade, exige e grita, grita e exige.

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