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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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Kroos e Schweinsteiger conquistou os campos de Manchester e Leverkusen, e<br />

<strong>Guardiola</strong> se esforça para retomar aquele caminho. A convocação para as<br />

seleções abriu parênteses que ele tenta fechar rapidamente. Sua preleção dura 35<br />

minutos, o dobro do habitual. O técnico explica o jogo do Mainz 05, adversário de<br />

amanhã, detalha como enfrentá-lo e termina com frases sobre a necessidade de<br />

solidariedade: “Devemos respeitar o companheiro. Eu sei que todos querem<br />

jogar, mas não é possível e eu preciso escolher aqueles que a cada dia me<br />

parecem os mais adequados. Os que não jogarem e estiverem no banco são<br />

igualmente bons, mas é sua vez de não jogar. E se forem à imprensa ou até seus<br />

representantes e disserem que vocês é que deveriam jogar, estarão faltando com<br />

respeito. Não comigo, mas com o companheiro que joga, que é seu colega de<br />

time. Bom, se quiserem que eu não decida a escalação, não tem problema.<br />

Vocês a decidem. Reúnam-se e decidam quem joga e quem não joga”.<br />

O objetivo dessa conversa, inesperada e chocante, não é convidar o plantel à<br />

autogestão, claro, mas acomodar os egos que podem ter se inflado nas duas<br />

semanas fora do Bay ern e estimular novamente o espírito de grupo, o “somos<br />

uma equipe”, o “não haverá sucesso sem a solidariedade de todos”. Evitar que o<br />

time se acomode em uma potencial zona de conforto.<br />

É o primeiro treino com as cortinas. <strong>Guardiola</strong> solicitou-as ainda no mês de<br />

junho, para proteger o campo n°- 1 de jornalistas e espiões adversários. Sabemos<br />

que o técnico gosta de treinar com discrição e silêncio, longe do olhar de<br />

estranhos. E como em Säbener Straβe, mesmo com as portas fechadas, é<br />

possível observar tudo da colina ao fundo, ele pediu ao clube que bloqueasse a<br />

visão de um dos campos. Transcorreram quase quatro meses desde aquele<br />

pedido, muito mais tempo que o razoável. O atraso ocorreu porque os primeiros<br />

materiais utilizados não funcionaram. Hoje, por fim, a cortina grossa de cor cinza<br />

que cobre o campo de treinamento está completamente instalada. A esta hora<br />

brilha um sol forte sobre Munique, e <strong>Guardiola</strong> e seus auxiliares, assim que se<br />

conclui a palestra, comentam que é provável que a cortina deixe entrever os<br />

treinamentos por não ser suficientemente opaca. Algum observador insistente<br />

talvez possa observar tudo da montanha vizinha. Montanha? “Como se diz<br />

‘montanha’ em alemão, que não me lembro?” Ali está Heinz Jünger, o chefe dos<br />

seguranças de Säbener, sempre amável e solícito, para lembrar a <strong>Guardiola</strong> que<br />

montanha em alemão se diz berg.<br />

Bastian Schweinsteiger é o primeiro jogador a subir ao campo e se surpreende<br />

com a cortina. Dá um grito, ergue os braços de alegria e diz algo ininteligível (ou,<br />

melhor dizendo, que preferimos não entender) sobre os jornalistas. Indica um<br />

ponto bem distante e explica que certamente alguém aparecerá por lá para fazer<br />

uma foto do dia da cortina. Não falta intuição ao vice-capitão, porque momentos<br />

mais tarde chegará, agitado, o eficiente diretor de comunicação, Markus

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