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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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Praga, 30 de agosto de 2013<br />

Momento 26<br />

“Pessoal, eu não sei bater pênaltis.”<br />

“Nunca bati um sequer na minha vida.<br />

Mas aqui está o homem que melhor bateu pênaltis no mundo.”<br />

É uma final tensa, febril, nervosa. O Bay ern só consegue empatar 51 segundos<br />

depois dos 120 minutos regulamentares. O árbitro sueco Jonas Eriksson estendeu<br />

o jogo por um minuto em razão das interrupções. Quando faltavam apenas nove<br />

segundos para que o time de <strong>Guardiola</strong> perdesse sua segunda final consecutiva<br />

em um mês, um jogador que três dias antes estava prestes a ser operado<br />

consegue marcar o gol que dá uma sobrevida aos bávaros. A final será decidida<br />

nos pênaltis, mais uma vez, contra o Chelsea — está ainda na memória de todos a<br />

derrota de um ano antes, na Allianz Arena, quando a equipe inglesa ganhou a<br />

Champions League diante do Bayern também na disputa por pênaltis. É uma<br />

revanche, mas se pudesse escolher, <strong>Guardiola</strong> não teria optado por esse<br />

desfecho: nas últimas quatro semanas, os jogadores do Bay ern bateram cinco<br />

pênaltis e converteram apenas três deles em gols.<br />

Já no voo de volta de Friburgo, <strong>Guardiola</strong> teve a confirmação de que<br />

Schweinsteiger não poderia disputar a Supercopa da Europa. Seu tornozelo estava<br />

muito inchado, e por isso era preciso adiar a intervenção cirúrgica de Javi<br />

Martínez, que seria operado da lesão na virilha. No dia anterior, Thiago já<br />

passara por cirurgia; com a série de contusões e os poucos treinos de Götze, Pep<br />

não teria opção senão escalar novamente Thomas Müller no meio de campo.<br />

Prometera a si mesmo, depois de algumas experiências negativas, que nunca<br />

mais faria isso, mas se não fosse Müller, quem poderia jogar no meio? Não havia<br />

alternativa. Decidiu então que Toni Kroos ocuparia a importantíssima posição de<br />

volante e que, para protegê-lo, colocaria o capitão Lahm bem perto dele, no<br />

papel do número 8. <strong>Guardiola</strong> hesitou ao definir a escalação, pois usar Kroos<br />

como volante poderia ser um problema, sobretudo diante de Mourinho,<br />

especialista em explorar as costas do volante em rápidos contra-ataques. Mas não<br />

havia outra solução, e o Bayern foi para o jogo em Praga com esta formação:<br />

Neuer; Rafinha, Boateng, Dante, Alaba; Kroos, Lahm, Müller; Robben,<br />

Mandžukić e Ribéry.<br />

A final de hoje é o décimo sexto confronto entre <strong>Guardiola</strong> e Mourinho, e até o<br />

momento os números são favoráveis a Pep: sete vitórias, cinco empates e três<br />

derrotas. Os dois se conhecem muito bem: quando <strong>Guardiola</strong> era capitão no<br />

Barça, Mourinho era o assistente técnico. Eles compartilharam vestiário, treinos,<br />

confidências e conhecimentos. Anos depois, protagonizaram memoráveis duelos

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