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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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Momento 66<br />

Com aqueles que acreditam<br />

Berlim, 17 de maio de 2014<br />

A lesão aconteceu em um choque com Ribéry. Na disputa por uma bola no<br />

último treino da temporada, na sexta-feira à tarde, no campo do Olympiastadion<br />

de Berlim, David Alaba sofreu uma ruptura nos músculos abdominais. Não<br />

poderá jogar a final, e será um desfalque de peso.<br />

Depois do jantar, <strong>Guardiola</strong> chamou Rafinha e lhe fez uma pergunta muito<br />

simples: “Rafa, você pode jogar na esquerda?”. A resposta do brasileiro foi<br />

direta: “Pep, jogo onde você me pedir”.<br />

O técnico já tinha substituto para Alaba, mesmo que a troca o obrigasse a<br />

posicionar os laterais um pouco mais abertos que o previsto. Agora só lhe faltava<br />

um substituto para Rafinha na direita, mas ele decidiu deixar o garoto dormir<br />

tranquilo.<br />

No sábado pela manhã, depois do café, <strong>Guardiola</strong> chama Højbjerg e lhe diz<br />

que ele será titular, não no meio de campo, mas como lateral direito. O rapaz<br />

responde que não há problema, jogará onde a equipe precisar.<br />

Berlim se transformou. A cidade é tomada pela cor amarela. Milhares de<br />

torcedores borussers ocupam a capital e, ao contrário, quase não há sinal da cor<br />

vermelha dos bávaros. Então, como se não bastasse o estado de forma dos dois<br />

times, e as taxativas opiniões da imprensa, a torcida também é decididamente<br />

favorável ao Dortmund.<br />

Pep já tem escalação e plano de jogo. A equipe da semifinal representa uma<br />

declaração de intenções para a temporada seguinte: pelos nomes, porque em<br />

campo estarão os que acreditam com mais firmeza na ideia de jogo (fora os<br />

lesionados) e pelo plano em si. O técnico dá mais uma volta no parafuso da<br />

constante evolução tática que procura desenvolver. Assumiu por fim que a<br />

evolução deve ser o irrenunciável sinal de identidade do time.<br />

Pep sussurra o hino alemão exatamente na parte em que diz “Blüh’ im Glanze<br />

dieses Glückes” [Floresce com o brilho desta felicidade]. São oito da noite, chove<br />

em Berlim e, além do título da Copa, estão em jogo muitas coisas. Para superar<br />

esse momento delicado pós-desastre diante do Real Madrid, <strong>Guardiola</strong> fez uma<br />

mudança que vai muito além da tática: adotou uma nova estratégia, que foi<br />

trabalhando e amadurecendo. Refletiu sobre as virtudes da equipe e concluiu que<br />

os momentos em que jogou melhor foi fazendo a saída de bola com três<br />

jogadores (a saída lavolpiana); foi contando com um lateral capaz de correr por<br />

todo o campo e, ao mesmo tempo, vigiar o corredor central; foi com um volante

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