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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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pouquíssima história, apesar de ter provocado importantes consequências. O<br />

Bay ern venceu por 2 a 0, o Barcelona praticamente não conseguiu desenvolver<br />

seu jogo, nenhum dos times produziu grandes jogadas aliás, mas na quinta-feira<br />

pela manhã <strong>Guardiola</strong> recebeu péssimas notícias: Neuer e Ribéry estavam<br />

lesionados. O goleiro sentia um pequeno incômodo no adutor da coxa. O atacante<br />

tinha a perna dolorida por conta de uma pancada. Não poderiam atuar em<br />

Dortmund.<br />

Em 25 de julho, <strong>Guardiola</strong> faz cara de poucos amigos e amaldiçoa o amistoso<br />

com o Barça. Não gostara da ideia, não queria o jogo, não era conveniente<br />

disputá-lo três dias antes de uma final e, para sua infelicidade, o amistoso deixara<br />

no departamento médico dois de seus atletas mais importantes: o goleiro<br />

titularíssimo e o atacante que mais desequilibra. Pep está enfurecido. Chega à sua<br />

primeira partida oficial com diversas baixas.<br />

Ele passa a noite estudando a fundo o Borussia de Jürgen Klopp. É um hábito<br />

seu, às vésperas de todos os jogos. Durante dois dias e meio investiga o<br />

adversário até o mínimo detalhe e busca os pontos fracos por onde atacar. Seu<br />

processo de análise faz lembrar o de Magnus Carlsen, campeão mundial de<br />

xadrez, que avalia as possibilidades básicas de determinada posição no tabuleiro<br />

sem o auxílio da computação; com essas ideias próprias, ele instrui seus<br />

auxiliares para que busquem variantes com o emprego de computadores<br />

avançados. <strong>Guardiola</strong> também prefere analisar o rival por si só, sem levar em<br />

consideração as conclusões de Carles Planchart e da equipe de analistas. Depois<br />

de ter radiografado o adversário, aí sim ele compara suas opiniões com os<br />

apontamentos da comissão técnica e finaliza a análise. Certa vez, mencionamos<br />

essa grande semelhança e <strong>Guardiola</strong> se mostrou agradavelmente surpreso pela<br />

comparação com Magnus Carlsen no processo de análise. “O xadrez me<br />

interessa cada vez mais”, disse.<br />

Dúvidas. A verdade é que Pep sempre tem dúvidas. Pensa e repensa em tudo:<br />

no modo de atacar o adversário, na escalação, nas instruções individuais e<br />

coletivas. Sem Neuer e Ribéry, sem Javi Martínez e Dante, sem Götze e Luiz<br />

Gustavo, e com Schweinsteiger mancando, o técnico decide atacar. Tem dúvidas<br />

e se debate entre as palavras de Rummenigge (“Precisamos de paciência”) e as<br />

de Sammer (“Precisamos de paixão”). Paciência e paixão, as duas grandes<br />

armas de <strong>Guardiola</strong>. Como ele quer que seja a primeira grande aparição pública<br />

do seu Bay ern?<br />

Enfim, entre paixão e paciência, Pep escolhe a paixão. Na dúvida, opta por sua<br />

crença mais profunda: atacar, atacar e atacar. Tira Philipp Lahm do meiocampo<br />

e o devolve à lateral direita. Vai jogar em Dortmund com todos os<br />

atacantes possíveis e correr um grande risco.

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