11.07.2017 Views

Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

duas vezes nos zagueiros ingleses, foi afastada uma vez por Clichy, e Jesús Navas<br />

conseguiu recuperá-la em uma ocasião — mas só a manteve em seu poder por<br />

sete segundos, porque Philipp Lahm a roubou em seguida com um carrinho<br />

sensacional.<br />

O lance é tão espetacular que na mesma noite diversos usuários o carregaram<br />

no YouTube, em alguns casos com imagens aceleradas para resumi-lo em um<br />

minuto e meio, ao som de música divertida; em outros, com os três minutos e 27<br />

segundos de duração completa. O longuíssimo rondo do Bay ern foi um<br />

compêndio do que <strong>Guardiola</strong> pretendia e as estatísticas do lance mostram o nível<br />

de intervenção dos jogadores do meio de campo: Toni Kroos foi quem mais deu<br />

passes na ação (18), seguido de Robben (14), Schweinsteiger (13), Ribéry (12),<br />

Rafinha (11) e Lahm (10). Participaram muito menos os outros defensores e o<br />

centroavante: Boateng (7), Alaba (6), Müller (2) e Dante (1).<br />

Se o jogo dos meios-campistas foi memorável (Kroos acertou 97 por cento dos<br />

passes e Schweinsteiger, 95 por cento), a exibição de Thomas Müller deixou o<br />

próprio <strong>Guardiola</strong> sem palavras. Mais que um falso 9, ele foi um atacante<br />

dinâmico, com a virtude de se movimentar por todas as zonas do campo e de<br />

aparecer onde menos se esperava. Müller foi o retrato mais bem-acabado do<br />

triunfo de uma equipe que soube combinar todas as suas versões: mesclou o jogo<br />

curto com o de passes longos, a posse com a velocidade, pressionou muito forte<br />

na frente, recuperou bolas defendendo agressivamente, ganhou a maioria das<br />

disputas físicas, acertou quase todos os passes… Enfim, sequestrou a bola: e não<br />

pelo simples prazer de passá-la, mas para provocar estragos no City. Foi uma<br />

exibição que combinou o jogo de meio de campo pretendido por <strong>Guardiola</strong> e a<br />

forma de atacar do Bay ern de Hey nckes.<br />

A performance resultou em inúmeros elogios. Michael Owen mostrou seu<br />

assombro “diante dessa exibição”. Franco Baresi falou do “altíssimo nível, um<br />

futebol propositivo com a participação de todos. E, além de tudo, eles se<br />

divertiram”. Rio Ferdinand disse: “Era difícil imaginar que o Bayern da tríplice<br />

coroa pudesse melhorar, mas <strong>Guardiola</strong> está conseguindo”. O ainda presidente<br />

do Bay ern, Uli Hoeneβ, se desfez em elogios: “Durante oitenta minutos, jogamos<br />

o futebol perfeito. O melhor futebol que vi na minha vida”. No jantar que se<br />

seguiu ao jogo — que sempre é organizado pelo Bayern, ganhando ou perdendo,<br />

com jogadores, técnicos, patrocinadores e jornalistas —, Kalle Rummenigge<br />

resumiu tudo em poucas palavras: “Foi uma festa para os olhos”.<br />

O aplauso dos torcedores do Manchester City — que meses mais tarde se<br />

sagraria campeão da Premier League — foi a melhor homenagem para um<br />

time que, apesar de tudo, deixou algumas lacunas. Chutou vinte vezes contra o gol<br />

inglês e continuou mostrando a estranha ineficiência nos arremates. E expôs<br />

outro dos seus defeitos: quando relaxa, a desorganização defensiva é enervante.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!