11.07.2017 Views

Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

às semifinais e a equipe se limita a manter o controle. <strong>Guardiola</strong> agita os braços<br />

várias vezes, pede mais intensidade, mais força e profundidade de seus<br />

jogadores, mas a reação só chega depois de um direto no queixo, na forma de<br />

um disparo espetacular que o francês Evra mandou para as redes de Neuer. Foi<br />

aí que tudo tremeu, porque nesse preciso instante, aos onze minutos do segundo<br />

tempo, o Bay ern estava eliminado.<br />

Então, os jogadores acordaram. E como! Passaram-se apenas 69 segundos até<br />

que Ribéry e Götze provocassem desequilíbrio na ponta esquerda e Müller<br />

arrastasse para fora de posição os zagueiros do United, facilitando o cabeceio<br />

goleador de Mandžukić — marcado apenas por Evra. Nesse ponto, <strong>Guardiola</strong><br />

modificou seu plano, pôs Rafinha no lugar de Götze e posicionou Lahm e Kroos<br />

como dupla de volantes. Em pouco mais de dez minutos, um Bayern desenfreado<br />

massacrou o United e marcou mais duas vezes com Müller e Robben, quando<br />

Pep se virou para a torcida e pediu aplausos para os jogadores.<br />

Já é meia-noite quando ele enfim chega ao restaurante dos jogadores, abraça<br />

os três filhos e beija longamente a esposa. Tem muita fome, como acontece<br />

depois de todos os jogos, já que é incapaz de comer qualquer coisa durante o dia.<br />

Ele simplesmente não come. Por essa razão, sempre janta em dobro. Hoje<br />

escolhe seu prato favorito, salmão marinado, e assim que termina o primeiro filé<br />

se levanta para outra porção. “Bastante pimenta pra mim”, diz ao cozinheiro. E<br />

em vez de uma taça de champanhe, como de hábito, pede duas: “Não, é melhor<br />

trazer quatro taças. Ou a garrafa inteira”.<br />

O <strong>Guardiola</strong> visto após os jogos é sua versão mais brincalhona e descontraída.<br />

Mas a noite de hoje é muito especial: chegou à sua quinta semifinal de<br />

Champions. Cinco em cinco. Nunca parou na fase anterior. O jantar se<br />

transforma em um relato pormenorizado do jogo, os acertos e os erros, os<br />

jogadores que foram bem e os que estiveram um ponto abaixo do esperado:<br />

“Arjen está fantástico. Fantástico. E Rafinha foi sensacional. Sair do banco tão<br />

ligado é coisa de quem é bom. E Kroos? Esteve excepcional. Há um ano jogava<br />

como meia-<br />

-atacante, e hoje bloqueou Rooney jogando como volante defensivo. Rooney !<br />

Puxa, estou orgulhoso dos meus jogadores”. Comento com ele as dificuldades<br />

para vencer a defesa inglesa: “Claro, o que você achava… Eles são muito bons.<br />

Gostei do nosso 2-3-3-2, mas demoramos a achar espaços por onde entrar. No<br />

primeiro tempo só conseguimos graças a Robben. No segundo, conseguimos<br />

entrar por todos os lados”. Também lhe digo que até o gol de Evra para o<br />

Manchester, os atletas do Bay ern pareciam jogar com o freio de mão puxado:<br />

“É verdade, e não sei a razão. Falamos disso depois com Lahm e ele também<br />

não tem uma resposta. Às vezes essas coisas acontecem e não há uma<br />

explicação clara…”.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!