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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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ele. Se o passe é bom, você consegue atravessar todo o centro do campo inimigo;<br />

se você perde a bola, seu lateral pode fechar o espaço imediatamente. A ideia é<br />

modificar com o seu comportamento os planos de pressão do adversário. Nosso<br />

lateral corre para dentro e arrasta o ponta adversário; se este não o seguir, então<br />

você já tem um homem livre; se quem sobe para marcá-lo é o volante, então<br />

nosso meia ficará livre. E é o tempo todo assim…”.<br />

<strong>Guardiola</strong> destrincha um a um os passos que cada jogador deve dar. Não só os<br />

movimentos próprios, mas especialmente os que devem realizar em função das<br />

ações dos companheiros: “Quando atacamos, o ponta corre para fora e nosso<br />

centroavante também cai para o lado, arrastando o zagueiro: esse espaço criado<br />

no comando do ataque deve ser ocupado pelo nosso meia ou lateral, temos que<br />

aproveitá-lo. Se o nosso lateral fica aberto, nosso centroavante o acompanha e<br />

então nosso ponta fica livre para ocupar o espaço vazio”.<br />

As faixas pintadas no campo n°- 1 serão como instrumentos para que a<br />

orquestra alcance a perfeita coordenação de movimentos, mas a meta sempre<br />

será desordenar o time adversário: “Nós temos que modificar a estrutura de<br />

organização do rival. Sempre. É nosso objetivo”. E para proporcionar essa<br />

desorganização, <strong>Guardiola</strong> busca superioridade nas áreas centrais: “Eu quero<br />

muita gente por dentro, a maioria por dentro, ao contrário daqueles treinadores<br />

que querem todos por fora. Não é melhor, mas é a minha ideia”.<br />

A aula teve tanta intensidade que abriu o apetite de <strong>Guardiola</strong>: “Depois de tanta<br />

conversa, vou com a minha família procurar um lugar para comer”.<br />

A família do técnico se adaptou muito bem a Munique. As três crianças estão<br />

felizes. Se na escola de Nova York sofreram com o aprendizado do inglês, agora<br />

são os melhores nas aulas dessa língua, porque dominam o idioma com maior<br />

fluência que os colegas.<br />

À saída da cidade esportiva, no caminho para a estação de metrô de<br />

Wettersteinplatz, Miquel Soler reflete em voz alta: “Ele conseguirá aguentar esse<br />

ritmo mais de três anos? Custo em acreditar. Esse homem se desgasta muito,<br />

porque vive tudo a mil por hora. Acho que será como foi no Barça: três ou quatro<br />

anos e estará esgotado. Terá que voltar a descansar e, depois, irá à Inglaterra<br />

para outro ciclo igual. Não pode viver sempre nesse ritmo…”.

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