11.07.2017 Views

Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Momento 50<br />

Controle e mais controle<br />

Munique, 11 de março de 2014<br />

Ele ainda não decidiu a escalação desta noite. Faltam somente nove horas para<br />

um jogo muito importante, a volta das oitavas de final da Champions League<br />

contra o Arsenal, e <strong>Guardiola</strong> segue fechado em sua “caverna” de Säbener<br />

Straβe, ponderando sobre colocar Schweinsteiger ou Lahm no meio de campo.<br />

Kroos tem uma ligeira congestão nasal, mas sua feição é a de quem está disposto<br />

a não perder esse jogo por nada. <strong>Guardiola</strong> tem dúvidas e dá voltas em torno do<br />

assunto: “Não fico tranquilo até decidir quem joga. Não se trata apenas de<br />

decidir como atacar o rival, mas sobretudo de eleger os melhores para a<br />

estratégia escolhida. Vejo com clareza como quero jogar, mas quem são os<br />

atletas mais indicados? Essa é a principal decisão”.<br />

É meio-dia em Munique e o time já treinou e ouviu a penúltima preleção antes<br />

do confronto, a que esmiúça as ações estratégicas do adversário, finalizada com<br />

uma leve sessão em que se repassa como atacar e se defender nas bolas paradas,<br />

os escanteios e faltas laterais. Mas <strong>Guardiola</strong> ainda pensa na escalação. Não<br />

chega a uma conclusão porque há dois pequenos problemas: Kroos está resfriado<br />

— a quem pergunta ele diz estar bem — e Schweinsteiger ainda não se<br />

recuperou totalmente, ainda que também afirme se encontrar em perfeitas<br />

condições.<br />

Pep tem dúvidas. Sua comissão técnica o aconselha a escalar os que levaram a<br />

equipe até esta fase de oitavas de final, quando as coisas eram complicadas e o<br />

grupo vivia uma epidemia de lesões, muitas delas fruto da temporada anterior,<br />

incrivelmente desgastante. Enquanto tomamos café juntos no vestiário, um<br />

membro da comissão técnica resume o momento vivido: “Meu conselho seria<br />

colocar os que nos trouxeram até aqui. Isto é como uma final. Se passarmos para<br />

as quartas será um grande sucesso e manteremos a competitividade. Se cairmos,<br />

o fim da temporada será longo. Portanto, é como uma final e é uma boa escolha<br />

jogar com os que nos trouxeram até aqui, com os que carregaram o time nos<br />

meses de tantas lesões”.<br />

Isso equivaleria a escalar Rafinha como lateral e Lahm e Kroos no meio de<br />

campo. Mas <strong>Guardiola</strong> tem dúvidas, apesar das ponderações feitas no dia<br />

anterior. Era o meio da tarde de segunda-feira, 10 de março, e ele dizia o<br />

seguinte: “Uma opção é colocar os que nos trouxeram até aqui. Direto. Os que<br />

tiveram que jogar mais minutos por conta das lesões dos outros”.<br />

É curioso ver como ele muda de ideia de um dia para o outro. Ontem, sentia<br />

com clareza que o jogo era uma espécie de marco na temporada: podia

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!