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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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Van Buy ten, que não teve piedade e lançou a cerveja de bem mais de dois<br />

metros de altura. Se não havia piedade com Pep ou entre os jogadores, o<br />

assistente técnico Domènec Torrent deixou o campo de jogo quase sem se<br />

molhar, mas ninguém saiu tão incólume quanto Manel Estiarte, que conseguiu se<br />

livrar da ducha de cerveja com um velho truque: encarregou-se de trazer os três<br />

filhos de Pep ao gramado e, quando David Alaba se aproximou dele, teve que se<br />

conter para não molhar as crianças. Estiarte se livrou dessa vez, mas certamente<br />

não conseguiria escapar se o Bay ern ganhasse a Copa (e assim foi).<br />

A festa continuou até tarde e permitiu que milhares de torcedores vissem de<br />

perto os jogadores em seus momentos mais descontraídos, e ouvissem Pep dizer<br />

algumas poucas, mas corretas, frases da sacada da nova rathaus (prefeitura):<br />

“Ich liebe euch. Ich bin ein Münchener”. Pode ter soado protocolar, mas para<br />

<strong>Guardiola</strong> essas palavras dedicadas à cidade que o acolheu — “Amo vocês. Eu<br />

sou de Munique.” — foram uma definitiva demonstração de afeto.<br />

Na segunda-feira já não havia sinal dos banhos de cerveja, mas muito trabalho<br />

por ser feito com vistas à final. Thiago se juntou ao grupo e foi brilhante nos<br />

jogos de posição. A comissão queria que ele jogasse alguns minutos da final.<br />

<strong>Guardiola</strong> sonhava com o losango formado por Lahm, Kroos, Thiago e Götze,<br />

que em fevereiro e março tinha feito o time voar. Mas Thiago voltou a se<br />

contundir. Foi na última ação da última jogada do treino. Seu joelho parecia<br />

totalmente curado depois de quatro semanas de tratamento em Barcelona e mais<br />

alguns dias com os preparadores do Bayern. Tudo ia bem, ele estava préconvocado<br />

para o Mundial e dava sinais de que poderia jogar a última meia hora<br />

da final da Copa da Alemanha; mas, na última ação da atividade, o ligamento<br />

colateral interno do seu joelho direito voltou a se romper. Nada de Copa da<br />

Alemanha, nada de Mundial no Brasil: quem esperava Thiago era o cirurgião.<br />

Para trás ficava uma trajetória que podia ter sido brilhante, mas que foi<br />

comprometida pelas duas graves lesões sofridas no tornozelo e no joelho, as duas<br />

em choques com um rival. O melhor Thiago ainda não havia aparecido (ele pôde<br />

jogar apenas dezenove partidas como titular), mas ficou evidente para todo o<br />

time sua força de vontade para não desistir e tentar ajudar na última batalha,<br />

ainda que o preço a pagar tenha sido alto.<br />

Sem Thiago nem Schweinsteiger, com dores no tendão do joelho, o técnico<br />

escolheu o jovem Højbjerg para ser titular contra o Dortmund. Tinham passado<br />

dez meses desde o retiro de pré-temporada no Trentino italiano, onde Pep<br />

vislumbrou o talento do jogador dinamarquês. Durante quase um ano, trabalhara<br />

bastante no aperfeiçoamento do garoto e chegara a hora de lhe dar uma<br />

verdadeira oportunidade: ele seria titular na final da Copa. Nesses dez meses,<br />

Højbjerg nunca falhara. Houve dias, inclusive, em que mesmo não convocado<br />

para treinar com o primeiro time, ele se aproximava do vestiário dos mais

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