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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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dos passes no primeiro tempo, e o percentual global de passes certos do time<br />

terminou em paupérrimos 78 por cento.<br />

Cinco dias antes do confronto diante do Real Madrid, estava evidente que o<br />

jogador mais brilhante de 2013 vinha sofrendo um bloqueio: Franck Ribéry<br />

estava em má forma, e não por falta de interesse ou vontade. Esforçava-se ao<br />

máximo, mas não conseguia voltar ao estado de graça que lhe permitia se livrar<br />

de qualquer zagueiro rival. Podia se tratar de um bloqueio mental, ainda que<br />

fosse indiscutível que os sérios problemas nas costas (ele fora operado em 6 de<br />

fevereiro) tinham relação com seu baixo rendimento. Essas dores lombares<br />

acabariam impedindo-o de jogar a Copa do Mundo alguns meses depois.<br />

A vitória em Brunsvique começou aos trinta minutos do segundo tempo com<br />

um gol de Pizarro, o atacante mais efetivo do ano. Diante do bom rendimento<br />

(marcou um gol a cada 68 minutos), <strong>Guardiola</strong> insistiu na renovação de seu<br />

contrato por mais uma temporada.<br />

Em Madri, o que os esperava era uma equipe fortíssima, que acabaria se<br />

consagrando como sucessora do Bay ern no posto de campeã da Europa.<br />

<strong>Guardiola</strong> hesitava em escalar Ribéry para o jogo devido a seu estado de forma.<br />

E também não tinha motivos para estar otimista: antes de deixarem Munique<br />

todos souberam do falecimento do pai de Højbjerg. Além disso, Alaba estava<br />

gripado, Neuer voltava de lesão, Götze não embalava, o jogo coletivo tinha<br />

muitos defeitos e, para completar, Javi Martínez — que seria titular — fora<br />

acometido de uma gastroenterite que o fez perder quase quatro quilos durante o<br />

fim de semana.<br />

Os jogadores se esforçaram e correram muito mais nos dois jogos disputados<br />

depois da conversa de 15 de abril, mas o time não mostrou a qualidade das<br />

partidas anteriores. Apesar de tudo, o Bay ern se encontrava onde queria: era<br />

detentor de três títulos, finalista da Copa e estava a 180 minutos da final da<br />

Champions. Mas tinha pela frente o Real Madrid, a equipe em melhor forma no<br />

continente.<br />

<strong>Guardiola</strong> escolheu ser valente no Bernabéu, um estádio em que vivera<br />

grandes momentos com o Barcelona. Não tinha gostado nada das conversas em<br />

Munique sobre a besta negra, em referência ao que o Bayern representaria para<br />

o Real, porque Pep é especialmente respeitoso com esse clube, que não em vão<br />

sempre foi o seu grande adversário — quando jogador e também como técnico.<br />

Mas a despeito do delicado momento que o time atravessava, Pep queria ser<br />

corajoso e protagonista no Bernabéu: “Trabalhamos muito para chegar até aqui”,<br />

ele comentou comigo, “e temos que levar isso em conta. Tivemos o plantel<br />

completo só por três semanas da temporada, só três semanas. Ralamos muito<br />

para estar onde estamos e agora não vamos nos render. Precisamos desfrutar o<br />

momento e estou entusiasmado. Temos que tentar tirar a bola do Real, sair bem

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