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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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Nesse momento de reflexão, ele decidiu jogar a partida de volta com um 3-4-<br />

3. Jogar com três zagueiros, posicionar os laterais na linha média, perto dos<br />

meios-campistas, para povoar bastante o centro do campo, e provavelmente<br />

escalar Götze no ataque para ganhar ainda mais superioridade no meio, já que o<br />

alemão tende a voltar para apoiar os armadores. Este 3-4-3 é, na verdade, um 3-<br />

5-2 que permite proteger-se bem dos contra-ataques que, sem a menor dúvida, o<br />

Real utilizará e, ao mesmo tempo, dominar o meio de campo, ter a bola e não<br />

confinar exageradamente o rival na própria área. Escuto <strong>Guardiola</strong> dizer a<br />

Torrent: “Dome, não me deixe mudar de opinião. Tem que ser assim”.<br />

Mas no avião de volta a Munique ele começou a pensar diferente. Considerou<br />

que só haviam treinado a defesa com três zagueiros nas atividades de dezembro e<br />

que faltava pouco tempo para prepará-la. Além disso, Javi Martínez não só<br />

padecia de uma forte gastroenterite, como também de tendinite em ambos os<br />

joelhos, e não aguentaria os noventa minutos contra o Real. Deixaria o 3-4-3 para<br />

a próxima temporada. Chegou a Munique com o 4-2-3-1 na cabeça. Dera bons<br />

resultados na Bundesliga, permitia obter superioridade no meio de campo, o time<br />

estava acostumado a esse sistema e valia tanto para Ribéry quanto para Götze. Se<br />

conseguisse recuperar Ribéry e libertá-lo do bloqueio que estava vivendo…<br />

Na sexta-feira, 25 de abril, Pep falou rapidamente com os jogadores: “Sempre<br />

agradecerei a vocês pelo que fizeram no Bernabéu. Vocês foram valentes e<br />

jogaram como eu acho que o futebol deve ser jogado. Estou orgulhoso de<br />

vocês”.<br />

Tito Vilanova faleceu nesse mesmo dia. Foi um golpe duríssimo para sua<br />

família, para o Barça e sua torcida, e para seus amigos. O mundo do futebol se<br />

emocionou. Para <strong>Guardiola</strong>, assim como para Torrent, Planchart, Estiarte e<br />

Buenaventura, que compartilharam tantos anos com ele, o abatimento foi<br />

absoluto.<br />

O jogo de sábado na Allianz Arena contra o Werder Bremen foi complicado.<br />

O Bay ern teve uma atenção especial com seu técnico, a quem dedicou naquele<br />

momento todos os tipos de cuidado: o clube redigiu uma nota de pêsames em<br />

alemão e catalão, o estádio respeitou um minuto de silêncio e os jogadores<br />

carregaram uma braçadeira preta em sinal de luto. <strong>Guardiola</strong> passou todo o jogo<br />

deslocado e só se levantou para abraçar Ribéry, aos 25 minutos do segundo<br />

tempo, e lhe dizer como ele também é bom quando se movimenta pelo centro do<br />

ataque. Ainda que o Werder Bremen tenha tomado a dianteira no placar por duas<br />

vezes, através de dois contra-ataques, o Bayern virou para 5 a 2 e passou a<br />

sensação de que Ribéry começava a se reencontrar. Robben jogou apenas quinze<br />

minutos, mas marcou o quinto gol bávaro no primeiro toque na bola, e <strong>Guardiola</strong><br />

fez a anotação mental de que deveria aproximar o ponta holandês do comando<br />

do ataque e afastá-lo gradualmente da faixa lateral.

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