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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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mesmo se já tiverem ultrapassado os trinta anos, não há dúvidas. E também o<br />

aspecto físico. Podemos imaginar que não há margem de melhora, mas o corpo<br />

é uma esponja e isso está acontecendo aqui no Bay ern. O futebol inglês e o<br />

alemão são de muita correria, mas se você começa a fazer outro tipo de<br />

trabalho, diferente como o nosso, com a bola, alcança evoluções físicas<br />

importantes. Sobretudo na dinâmica coletiva. Se mudarmos o tipo de movimento<br />

e acrescentarmos força e bola, o progresso dos atletas pode ser muito<br />

significativo”.<br />

<strong>Guardiola</strong> está focado em Boateng: viu nele o potencial de um grande zagueiro<br />

e não deixará de tentar aprimorá-lo, enquanto o atleta o acompanhar nesse<br />

esforço. E é exatamente assim: quando o jogador diz “basta” ou desiste de se<br />

empenhar, quando deixa de acreditar em sua própria capacidade de evoluir, o<br />

técnico não insiste, encerra o trabalho. Já era. Se o jogador não investe toda a sua<br />

energia na ideia, <strong>Guardiola</strong> não dá um passo sequer a mais. Afinal, ele pensa, são<br />

atletas adultos, cercados de conselheiros e assessores, donos da própria carreira:<br />

eles é que devem decidir se querem evoluir ou não.<br />

O que está acontecendo com Thomas Müller é diferente. O técnico via no<br />

atacante bávaro um grande potencial para jogar também como meio-campista.<br />

Sem a técnica de Kroos ou Thiago, mas com qualidades que poderiam fazê-lo<br />

render bem nessa região do campo: é veloz, agressivo, insistente ao exercer<br />

pressão e muito dinâmico. No entanto, todas as vezes em que o pôs na linha de<br />

meios-campistas, seu rendimento foi decepcionante. Não se trata de falta de<br />

esforço, porque Müller é um atleta que se entrega e está sempre disposto a tudo.<br />

Como explica Gaby Ruiz, comentarista da rede espanhola Digital Plus: “Müller é<br />

o protótipo do bávaro — concentrado, sério, persistente, dedicado. Cumpre<br />

ordens. É capaz de dar o sangue literalmente para fazer o que se espera dele”.<br />

Mas Thomas não consegue alcançar, no meio de campo, o nível previsto por<br />

Pep: abandona a posição quando deve mantê-la ou continua estático quando o<br />

certo era se movimentar. Não se trata, no entanto, de obedecer ou não as ordens<br />

recebidas, mas de uma dificuldade de entender o que é mais adequado para a<br />

equipe em cada instante, uma característica própria dos meios-campistas: Müller<br />

possui outras grandes virtudes, mas não essa. Pep ainda insistirá por mais<br />

algumas semanas, mas ao final compreenderá que não é possível transformar o<br />

atacante em meia.<br />

Quando o Manchester City deixa o gramado rumo ao vestiário, os jogadores<br />

do Bay ern, que atuarão duas horas mais tarde que os ingleses, começam os<br />

rondos, já convertidos em símbolo da nova equipe. O rondo foi o traço básico de<br />

identidade que Johan Cruy ff implantou no Barcelona, e não há time no mundo<br />

que o pratique com mais qualidade que os catalães. Já dissemos que a atividade<br />

consiste em um círculo formado pelos jogadores, que passam a bola entre si à

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