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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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zero. Não podemos nos dedicar a comparações. É preciso trabalhar e ponto”.<br />

Se em algum momento alguém se sente tentado a relaxar, nem que seja por<br />

um segundo, Estiarte sempre aparece para lembrar que tudo ainda está por ser<br />

feito e que o sucesso só chegará a partir do esforço diário. Ele sempre faz o<br />

contraponto: é aquele que dá a palmada para animar no momento difícil, e que<br />

na euforia recorda que nada está ganho ainda. Não deixará faltar trabalho. É por<br />

isso que Gennaro Gattuso, o combativo meio-campista que jogou pelo Milan,<br />

mostra-se perplexo com o que observa em Säbener Straβe: “Sempre treinam<br />

assim? Parecem motocicletas!”.<br />

A equipe não tem respiro nos treinos. Na manhã seguinte ao massacre por 5 a<br />

0 sobre o Viktoria Plzeň na Champions, <strong>Guardiola</strong> está no gramado executando<br />

um formidável recital de gestos, instruções, gritos e ordens com o objetivo de<br />

elevar o nível do time, mantê-lo em alta rotação. Não é surpresa que alguém tão<br />

agressivo quanto Gattuso se admire com o treinamento: a sessão se desenvolve<br />

com grande intensidade.<br />

Os jogadores já conhecem as pautas de trabalho. No dia subsequente a uma<br />

partida, os titulares praticam alguns rondos (nos quais Neuer e Müller contam os<br />

toques e competem sem piedade), além de exercícios de mobilidade e<br />

recuperação. Os reservas, no entanto, empregam força máxima, como se em<br />

cada chegada à área, em cada cruzamento, em cada chute, estivesse em jogo<br />

um lugar no time. E, na verdade, é isso mesmo. Com <strong>Guardiola</strong> não se joga com<br />

o nome e antiguidade não é posto: é preciso ganhar uma vaga no dia a dia dos<br />

treinamentos. O técnico poderia estar tranquilo, relaxando depois da sucessão de<br />

vitórias, mas até mesmo em um treino dos reservas coloca--se no centro das<br />

ações, comandando e exigindo sempre algo mais.<br />

No final de outubro, o time já acumula 107 sessões de treinamento e se nota<br />

uma mudança significativa na aquisição de ideias e conceitos. O “idioma” de<br />

jogo de Pep começa a ser compreensível. Mas os atletas ainda não são capazes<br />

de repetir de maneira contínua o excelente nível demonstrado contra o<br />

Manchester City. Lorenzo Buenaventura, o preparador físico, confirma que a<br />

assimilação de conceitos segue em bom ritmo: “Pep transmite conceitos desde o<br />

aquecimento, desde o exercício mais simples de passe. Trata de um detalhe hoje;<br />

amanhã, de outro; no dia seguinte, explica como posicionar o corpo; no próximo,<br />

como receber em movimento ou como passar a bola para a outra perna. Pouco a<br />

pouco, os jogadores vão assimilando tudo. E logo executarão os movimentos com<br />

facilidade e rapidez”.<br />

Em Manchester, foi alcançado um padrão de jogo que nas semanas<br />

posteriores sofreu um pequeno retrocesso. <strong>Guardiola</strong> está de acordo com o que<br />

Buenaventura diz, mas por mais que eu insista, ele se nega a fazer um balanço:<br />

“Estamos no final de outubro. Ainda tem um mundo de coisas para acontecer!”.

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