11.07.2017 Views

Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

dia anterior chegam acompanhadas de novas ideias, que verão a luz no próximo<br />

confronto. “Nosso volante tem dificuldades”, diz, “para atravessar a linha de<br />

cinco jogadores que todos os rivais montam no meio de campo. Por isso, fiz<br />

Thiago jogar meia hora nessa posição, que não é a dele: porque ele é muito<br />

valente e se atreve a tentar, mesmo que perca a bola. Agora, vou me sentar com<br />

Javi para analisar como podemos romper essa linha pelo meio, fazendo-a se<br />

deslocar para um lado enquanto buscamos, na verdade, mandar a bola para o<br />

outro. Se conseguirmos isso, forçamos o rival a girar e correr para trás, e<br />

estamos feitos. E digo mais: isso é melhor do que fazer o u o tempo todo; prefiro<br />

que meus zagueiros lancem bolas em diagonal, porque se as perdemos é muito<br />

mais fácil recuperá-las na lateral.”<br />

<strong>Guardiola</strong> tem consciência de que está exigindo muito, seja quem for o<br />

escolhido para a posição de volante do time: “Eu sei. Há pouquíssimos jogadores<br />

no mundo com essa capacidade de quebrar a linha adversária com um passe por<br />

dentro: Busquets, Xabi Alonso, Lahm… Por exemplo, no nosso primeiro gol em<br />

Dortmund, Lahm fez isso de forma maravilhosa: enganou o adversário, arrastouo<br />

para longe da posição inicial e superou a linha rival mandando a bola para o<br />

lado oposto. Højbjerg é muito bom nisso — mas, claro, ainda é muito novo…<br />

Posso dizer uma coisa: eu era bom nisso. Por que acha que joguei tantos anos no<br />

Barça? Claro que não foi pela minha velocidade ou minha força, nem por jogar<br />

bem pelo alto ou pelos meus chutes…”, diz, dando gargalhadas.<br />

Pep leu as declarações de Gerard Piqué, o zagueiro do Barcelona, dizendo que<br />

cada vez há mais times procurando jogar aberto e com posse de bola: “Tomara<br />

que Piqué tenha razão. Era isso que eu queria, que os outros saíssem jogando.<br />

Porque, se fizerem isso, certamente roubaremos a bola deles. Mas o normal é<br />

que se fechem mais atrás e contem com quatro jogadores rápidos. Aí fazem um<br />

passe nas costas de Thiago ou Kroos, e estamos perdidos. Mas nós não podemos<br />

só acelerar e dar chutões, porque Thiago e Toni não conseguem correr o tempo<br />

todo… Nós temos que ir pouco a pouco, avançando juntos. Se perdermos a bola,<br />

vamos recuperá-la rápido, porque estamos todos juntos”.<br />

Ele tem dois dias exatos para se preparar para o confronto com o Werder<br />

Bremen, um tempo menor que o necessário. De modo geral, utiliza dois dias e<br />

meio para analisar o rival: vê seus jogos, pensa em como atacá-lo e prepara as<br />

três palestras para os jogadores. Como quase sempre há duas partidas por<br />

semana, ele só pode se concentrar no próximo jogo — muito embora seus<br />

auxiliares sempre lhe entreguem resumos do último confronto disputado e Pep,<br />

perdendo horas de sono, sempre os revise.<br />

Antes de mergulhar a fundo no Werder Bremen — e uma vez encerrado o<br />

treino da manhã —, ele não apenas dedicará um bom tempo a revisar com Javi<br />

Martínez os problemas do movimento em u e a necessidade de arriscar mais,

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!