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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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todo o movimento da linha defensiva quando a bola chega ao goleiro rival e este<br />

a envia a um dos lados do campo. “Sabemos que Fabianski lança a bola para sua<br />

direita”, explica Carles Planchart. “Se Giroud a recebe é para matar no peito e<br />

segurá-la. Se a bola vai para Sagna, é para que o nosso lateral avance até ele e<br />

Sagna alongue a jogada de cabeça, usando o espaço que ficou vazio às suas<br />

costas.”<br />

E a tarde de segunda é dedicada à estratégia de defesa desses tiros de meta de<br />

Fabianski, substituído no caso por Manuel Neuer. Durante vinte minutos, Dante e<br />

Schweinsteiger ocupam-se de marcar um jogador (Pizarro) que faz o papel de<br />

Giroud, e Alaba aperfeiçoa a investida contra Sagna.<br />

Em seguida, <strong>Guardiola</strong> explica detalhadamente como Arteta atrai o médiovolante<br />

adversário para criar um vazio no meio de campo bávaro, que será<br />

ocupado por Özil. Pep realiza os movimentos de Arteta enquanto explica aos<br />

jogadores, espalhados pelo campo: “Özil é o perigoso. É quem temos que vigiar<br />

de verdade. Arteta atrai, nós investimos contra ele e então Özil cai por essa zona,<br />

acompanhado de Cazorla ou Chamberlain e assim eles conseguem a<br />

superioridade”. É ensaiada uma forma de impedir o movimento de Özil. Pep<br />

exige que Robben e Ribéry fechem por dentro e, principalmente, que Javi<br />

Martínez, no papel de zagueiro, ocupe a área que se esvaziou. Rafinha, por sua<br />

vez, deverá preencher o espaço deixado por Javi.<br />

O treino é um ensaio constante desses movimentos. <strong>Guardiola</strong> não para de<br />

gritar os nomes dos jogadores do Arsenal: Arteta, Özil, Cazorla, Mertesacker.<br />

Todos eles ecoam em Säbener Straβe enquanto os atletas do Bayern se<br />

empenham em ritmo alucinante se considerarmos que estamos na véspera do<br />

confronto. Certo: são poucos minutos, apenas 20, mas o ritmo é incomum. Pep<br />

revoluciona os jogadores, que se mostram excepcionais. O time irradia tamanha<br />

sensação de segurança que parece improvável que não consiga eliminar o<br />

Arsenal. Ao final, com todos suados, <strong>Guardiola</strong> nos resume o ocorrido com<br />

simplicidade: “Joga-se no ritmo em que se treina. Assim, no jogo, o acerto tático<br />

depende do talento do jogador, mas o ritmo virá do treinamento. Se você treina<br />

mal, joga mal. Se treina como uma fera, joga como uma fera. E esses caras<br />

treinam como feras”.<br />

<strong>Guardiola</strong> escolhe o controle em vez da agressividade. Opta por<br />

Schweinsteiger no lugar de Kroos. Quando o ônibus deixa a cidade esportiva<br />

rumo ao hotel Dolce, onde a equipe passará as seis horas anteriores à partida, o<br />

técnico já tomou a decisão e se sente aliviado e otimista: “Controle. Escolhi o<br />

controle. Controle e mais controle”.<br />

Robben faz um jogo formidável. Corre, defende e ataca com precisão. Exibe<br />

uma maturidade desconhecida em um atleta que muitas vezes se destacou por<br />

sua irregularidade, por ser capaz de jogadas incríveis ao mesmo tempo em que

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