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Guardiola Confidencial - Marti Perarnau-1

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obtido por Jupp Heynckes — uma herança pela qual o técnico catalão agradece<br />

em público sempre que pode. Transbordando intensidade e paixão, pouco vistas a<br />

essa altura da temporada em qualquer outro lugar da Europa, a Supercopa lança<br />

dúvidas sobre quem será o próximo detentor da coroa no futebol alemão. Um<br />

ano atrás, no verão de 2012, o Bayern de Heynckes recebeu<br />

em seu estádio o Borussia de Klopp, para a disputa da mesma Supercopa.<br />

Aquele Bay ern havia perdido duas Champions, duas Bundesligas consecutivas e<br />

cinco jogos seguidos diante do Borussia, o último dos quais por um 5 a 2 sofrido.<br />

Mas a equipe de Munique ganhou a Supercopa de 2012, conseguindo reverter a<br />

tendência e pavimentar o caminho para a histórica tríplice coroa. Agora, Jürgen<br />

Klopp adoraria que a Supercopa tirada de Pep tivesse o mesmo efeito sobre o<br />

Borussia: venceu a primeira disputa e reforçou a sensação, que já pairava no ar,<br />

de que uma enorme rivalidade poderia marcar a temporada. <strong>Guardiola</strong> trabalhou<br />

demais no primeiro mês como técnico do Bayern, mas percebeu que ainda havia<br />

muito a ser feito se quisesse reinar no continente.<br />

Ele descobriu também que, na Alemanha, os treinadores comparecem lado a<br />

lado às coletivas de imprensa após os jogos: os dois aparecem juntos. O alemão,<br />

feliz e radiante; o catalão, aturdido. Pep não entende uma pergunta formulada<br />

rapidamente por um jornalista local e tem problemas para compor um relato fiel<br />

da partida. Divaga em alguns momentos. Parece estar com a cabeça ainda no<br />

banco do Signal Iduna Park, como se quisesse retroceder às oito e meia da noite,<br />

hora em que a partida começou, e voltar a jogá-la. Não esteve especialmente<br />

afiado durante os noventa minutos, e sua escalação inicial surpreendeu pela<br />

ausência de Lahm no meio de campo. Por que descartou a fórmula Lahm, testada<br />

com sucesso nas partidas anteriores?<br />

Durante a entrevista conjunta, <strong>Guardiola</strong> parece estar pensando nesse detalhe.<br />

Esteve lento durante o jogo, como se o ano sabático em Nova York tivesse<br />

enferrujado sua capacidade de reação. É apenas a segunda final que perde como<br />

técnico. A primeira foi em 2011, a Copa do Rei diante do Real Madrid, mas desta<br />

vez ele mostrou alguma apatia, talvez pelo mormaço de Dortmund. Está confuso<br />

e parece distraído na coletiva, chegando a responder algo que não lhe<br />

perguntaram. Mas aceita a derrota diante de Klopp, a quem felicita com<br />

convicção: “O Borussia ganhou merecidamente”. Deve estar se perguntando se<br />

esse time será seu novo Numancia: apenas um primeiro passo mal dado em um<br />

caminhada que vai se aprumando até se transformar em um desfile glorioso.<br />

Será isso? Será que o Dortmund se converterá no novo Numancia, guardadas as<br />

inúmeras diferenças entre um time e outro?<br />

Um <strong>Guardiola</strong> mais emocional se abala com o golpe recebido. A derrota<br />

significa pouco para o Bayern, afinal a Supercopa é considerada um torneio de<br />

menor importância na Alemanha, mas se trata de uma ferida profunda para o

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