17.04.2013 Views

Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet

Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet

Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

O QUE É ISSO, COMPANHEIRO?: O OPERÁRIO SE DEU MAL<br />

mente relacionado com fatos reais, vale a pena, em<br />

benefício do conhecimento <strong>da</strong> história, enumerar algumas<br />

diferenças entre o que se vê e o que aconteceu.<br />

Três diferenças estão relaciona<strong>da</strong>s com a participação<br />

de Paulo (o ator Pedro Cardoso no filme), o atual deputado<br />

Fernando Gabeira <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> real. Não foi de Gabeira<br />

a idéia de seqüestrar o embaixador. Foi de Waldyr, dirigente<br />

<strong>da</strong> Dissidência Estu<strong>da</strong>ntil do Rio de Janeiro.<br />

Waldyr era o codinome de Franklin Martins, atual diretor<br />

<strong>da</strong> sucursal de O Globo em Brasília. Essa informação<br />

é de conhecimento público há pelo menos 17 anos.<br />

Não foi Gabeira quem escreveu o manifesto dos seqüestradores.<br />

Novamente, foi Franklin Martins. Não<br />

foi Gabeira quem teve o embaixador sob a mira de um<br />

revólver, pronto para executá-lo. Aliás, ninguém teve<br />

Elbrick na mira. É fabulação todo o segmento do filme<br />

que narra a possível execução do embaixador caso o<br />

governo estourasse o prazo <strong>da</strong>do pelos seqüestradores.<br />

A patética Junta que governava o país aceitou as<br />

condições nas últimas horas <strong>da</strong> noite do próprio dia do<br />

<strong>seqüestro</strong> (4 de setembro de 1969). Essa informação foi<br />

divulga<strong>da</strong> na manhã do dia seguinte. Quem forçou a<br />

posição do governo foi o chanceler Magalhães Pinto,<br />

que naquelas horas teve como principal interlocutor o<br />

seu chefe-de-gabinete, embaixador Ítalo Zappa. (Os dois<br />

estavam almoçando quando o ministro-conselheiro <strong>da</strong><br />

embaixa<strong>da</strong> norte-americana William Belton telefonou<br />

ao Itamaraty avisando, em mau português, que tinham<br />

“roubado” o embaixador. A palavra <strong>seqüestro</strong> ain<strong>da</strong> não<br />

fazia parte do cotidiano do poder.)<br />

112

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!