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Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet

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ALIPIO FREIRE<br />

está escrito “Fernando Gabeira”. Este último plano é<br />

tão rápido que não é suficiente enquanto estímulo<br />

para que os espectadores tomem consciência do que<br />

estava escrito. No entanto, é exatamente esse truque<br />

(subliminar) que sagrará definitivamente o filme<br />

ficção enquanto depoimento na subjetivi<strong>da</strong>de do espectador.<br />

Textos e contextos<br />

Um depoimento legitima-se (torna-se verídico) perante<br />

o público a partir <strong>da</strong> documentação que reúna e/ou pelas<br />

reflexões que articula e/ou pela legitimi<strong>da</strong>de do autor.<br />

Fernando Gabeira, em seu livro, aposta na terceira alternativa.<br />

Para isto e por causa disto seu personagem necessita<br />

sempre de um destaque maior do que a participação<br />

que realmente teve nos episódios que relata. Pelo mesmo<br />

motivo, o filme não pode prescindir de um ficcional-Gabeira<br />

dotado de uma superconsciência.<br />

Nossa insistência na discussão <strong>da</strong> questão documento/ficção<br />

deve-se ao fato de que não entendemos<br />

o livro como uma peça apenas ou fun<strong>da</strong>mentalmente<br />

narcísica, mas como um documento de adesão à transição<br />

conservadora que já se anunciava no Brasil no<br />

final dos anos 70, quando o livro foi lançado. Uma<br />

transição que naquele momento já consumara uma<br />

anistia recíproca.<br />

O roteiro/filme não passa de um agiornamentto do<br />

livro/argumento, e o colorido radicalizado do primeiro<br />

face ao segundo reside fun<strong>da</strong>mentalmente nas possibili-<br />

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