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Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet

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QUE HISTÓRIA É ESSA?<br />

A falta de resistência ao golpe gerou surpresa, justamente<br />

pela mobilização em busca <strong>da</strong>s reformas estruturais<br />

no pré-64, com a presença marcante <strong>da</strong>s esquer<strong>da</strong>s,<br />

nota<strong>da</strong>mente do Partido Comunista<br />

Brasileiro (PCB) — enti<strong>da</strong>de ilegal, mas cuja atuação<br />

era consenti<strong>da</strong> pelo governo Goulart. A derrota foi<br />

atribuí<strong>da</strong> por muitos aos erros dos dirigentes dos partidos<br />

de esquer<strong>da</strong>, que não se prepararam para resistir,<br />

caso do hegemônico e pró-soviético PCB, <strong>da</strong> Ação<br />

Popular (AP), do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)<br />

e <strong>da</strong> Política Operária (Polop), além de outros grupos<br />

menores. Sem contar a inação <strong>da</strong>s lideranças<br />

trabalhistas e nacionalistas, como a do presidente<br />

deposto, João Goulart 1 . Ia-se constituindo uma corrente<br />

de opinião difusa em vários segmentos <strong>da</strong> esquer<strong>da</strong>,<br />

que colocava a necessi<strong>da</strong>de de criar uma vanguar<strong>da</strong><br />

realmente revolucionária, que rompesse com<br />

o imobilismo e opusesse uma resistência arma<strong>da</strong> à<br />

força bruta do governo, não só para restabelecer a democracia,<br />

mas especialmente para avançar em direção<br />

à superação do capitalismo.<br />

A partir de outubro de 1965, por imposição do<br />

regime, passaram a existir apenas dois partidos<br />

reconhecidos institucionalmente: a situacionista<br />

Aliança Renovadora Nacional (Arena), e a oposição<br />

“construtiva” e modera<strong>da</strong> do Movimento Democrático<br />

Brasileiro (MDB), que viria a ser cala<strong>da</strong> com<br />

1. No exílio uruguaio, o nacionalista Leonel Brizola tentou articular a<br />

resistência arma<strong>da</strong>, mas o projeto frustrou-se. Ver: REBELLO, Gilson.<br />

A guerrilha de Caparaó. São Paulo, Alfa-Omega, 1980.<br />

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