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Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet

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APÊNDICE<br />

nando Gabeira, o ex-dirigente do MR-8 disse ter ficado “indignado”<br />

com a versão apresenta<strong>da</strong> na tela. Nesta entrevista,<br />

ele discute os aspectos documentais e ficcionais, o tratamento<br />

<strong>da</strong>do aos personagens tirados <strong>da</strong> reali<strong>da</strong>de e confronta<br />

com o seu testemunho vários momentos relatados no<br />

filme. A obra de Bruno Barreto, segundo Cláudio Torres,<br />

tem méritos estéticos e técnicos, mas faz uma “distorção<br />

delibera<strong>da</strong> dos fatos e do comportamento <strong>da</strong>s pessoas envolvi<strong>da</strong>s<br />

no episódio”.<br />

O que você achou do filme?<br />

CLÁUDIO — O filme tem inegáveis quali<strong>da</strong>des. Aliás, se o<br />

filme fosse ruim eu não estaria preocupado em estar aqui<br />

discutindo. O filme tecnicamente é muito bem feito, tem<br />

uma fotografia muito boa, tem quali<strong>da</strong>de interpretativa de<br />

vários atores e conta uma história que consegue manter interessado<br />

o espectador durante todo o tempo. Do ponto de<br />

vista narrativo, é um bom filme. Mas, do ponto de vista de<br />

fideli<strong>da</strong>de aos processos que ocorreram na época, ao significado<br />

do <strong>seqüestro</strong>, ao significado <strong>da</strong> ditadura militar, ele<br />

deixa muito a desejar. Essa questão precisa ser separa<strong>da</strong>.<br />

Uma outra questão importante é que o pecado original do<br />

filme é o fato de se basear no livro de Fernando Gabeira,<br />

que saiu com esse mesmo título, O Que É Isso, Companheiro,<br />

publicado em 1979. Na época reconheci quali<strong>da</strong>des e saudei<br />

o livro como uma abertura para amenizar a figura do<br />

guerrilheiro urbano e cortar um pouco aquele véu que a<br />

ditadura tinha conseguido impor a nós todos que estávamos<br />

ligados àquele processo. Então, eu só acho o seguinte: se o<br />

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