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Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet

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ENTREVISTA COM DANIEL AARÃO REIS Fº<br />

aproveitamento <strong>da</strong> casa <strong>da</strong> Barão de Petrópolis, em Santa<br />

Tereza, para ser sede do aparelho onde seria escondido<br />

o embaixador norte-americano. O Gabeira entrou<br />

na ação assim, ele só soube do que ia acontecer no<br />

próprio dia <strong>da</strong> ação. Nós, naturalmente, o prevenimos<br />

para que ficasse em casa, porque seria realiza<strong>da</strong> uma<br />

grande ação. Mas só soube mesmo qual seria essa ação<br />

quando o embaixador chegou em casa. Ele não teve<br />

nenhuma participação na elaboração <strong>da</strong> ação. Nesse sentido,<br />

o filme mente conscientemente, ao atribuir a idéia<br />

do <strong>seqüestro</strong> ao Gabeira. Ele nunca teve essa idéia. Aliás,<br />

em entrevistas anteriores, no fim do exílio, ele muitas<br />

vezes <strong>da</strong>va a entender que tinha tido essa idéia e tinha<br />

redigido o manifesto, mas depois ele próprio veio a<br />

público esclarecer que não. Inclusive, tem uma cena do<br />

filme em que ele fica histérico, dá um chute no fogão,<br />

dizendo: “Puxa, a idéia foi minha, vocês querem me<br />

excluir <strong>da</strong> ação.” Isso não foi ver<strong>da</strong>de. Eu não sei até<br />

que ponto os autores do filme querem com isso provocar<br />

os participantes <strong>da</strong> ação a sair a público para dizer<br />

que isso é uma mentira, para poder <strong>da</strong>r uma publici<strong>da</strong>de,<br />

provocar uma polêmica a fim de angariar mais alguns<br />

trocados para o filme. O enredo <strong>da</strong> história não precisaria<br />

apresentar o Gabeira como autor <strong>da</strong> idéia, nem<br />

como autor do manifesto, coisas já devi<strong>da</strong>mente esclareci<strong>da</strong>s.<br />

ESTADO — E também ele é colocado como um personagem<br />

mais crítico que os outros, sofrendo por isso o desprezo dos<br />

demais guerrilheiros...<br />

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