17.04.2013 Views

Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet

Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet

Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

MARCELO RIDENTI<br />

cassações de políticos e outros mecanismos, sempre<br />

que se excedesse aos olhos dos governantes 2 .<br />

Fora do campo institucional, vários grupos pro-curavam<br />

combater a ditadura e organizar os movimentos<br />

populares: <strong>da</strong> Ação Popular (AP), nasci<strong>da</strong> do cristianismo<br />

católico, depois converti<strong>da</strong> ao maoísmo, passando<br />

pelo moderado e ca<strong>da</strong> vez mais dividido PCB, que apoiava<br />

o MDB, e estava cindido pelo guevarismo de diversas<br />

dissidências, as quais valorizavam a necessi<strong>da</strong>de de iniciar<br />

a revolução pela guerrilha rural — caso típico <strong>da</strong> Ação<br />

Libertadora Nacional (ALN) e do Movimento<br />

Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), que promoveram<br />

o <strong>seqüestro</strong> do embaixador norte-americano; até outras<br />

organizações que pegaram em armas na resistência à<br />

ditadura, como a Vanguar<strong>da</strong> Popular Revolucionária<br />

(VPR), dentre tantas que enfatizavam a necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

ação revolucionária imediata 3 .<br />

2. Consultar sobre o tema: ALVES. M. Helena Moreira. Estado e oposição<br />

no Brasil. Petrópolis, Vozes, 1984; KINZO, M. Dalva Gil. Oposição e<br />

autoritarismo: gênese e trajetória do MDB, 1966/1979. São Paulo, Sumaré,<br />

1990. Sobre “a dinâmica militar <strong>da</strong>s crises políticas <strong>da</strong> ditadura” entre<br />

1964 e 1969, ver: MARTINS FILHO, João Roberto. O palácio e a caserna.<br />

São Carlos, Ed. <strong>da</strong> UFSCar, 1995.<br />

3. Para uma reconstrução histórica detalha<strong>da</strong> dos fatos e dos grupos<br />

de esquer<strong>da</strong> no período, ver: GORENDER, Jacob. Combate nas trevas - A<br />

esquer<strong>da</strong> brasileira: <strong>da</strong>s ilusões perdi<strong>da</strong>s à luta arma<strong>da</strong>. São Paulo,<br />

Ática, 1987. Outra interpretação <strong>da</strong>s organizações comunistas, vistas<br />

como grupos revolucionários de elite, está em REIS FILHO, Daniel<br />

Aarão. A revolução faltou ao encontro. São Paulo, Brasiliense, 1989.<br />

Minha visão sobre o tema — com destaque para a agitação cultural do<br />

período, a composição e as raízes sociais diferencia<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s organizações,<br />

além de seu progressivo isolamento e per<strong>da</strong> de representativi<strong>da</strong>de —<br />

15

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!