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Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet

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ENTREVISTA COM DANIEL AARÃO REIS Fº<br />

ESTADO — E como ela se tornou o “aparelho” para esconder<br />

o embaixador norte-americano?<br />

REIS — Quando resolvemos fazer o <strong>seqüestro</strong>, e discutimos<br />

isso na Frente de Trabalho Armado (FTA) e na<br />

direção, tínhamos resolvido uma série de questões que<br />

deveriam preceder a ação. O Franklin era o cara mais<br />

entusiasmado. Eu diria mesmo que, sem ele, talvez o<br />

<strong>seqüestro</strong> não tivesse se realizado. Não só ele veio com<br />

a idéia mais consoli<strong>da</strong><strong>da</strong>, como ele lutou muito para<br />

implementá-la. Nessa época, ele era muito jovem, eu<br />

tinha 23 anos, ele devia ter 20 ou 21 anos. Eu e o Cláudio<br />

Torres (o Cláudio menos, eu mais) receamos que a<br />

ação pudesse resultar num desbaratamento completo <strong>da</strong><br />

organização. Então, a gente estabeleceu uma série de<br />

requisitos para fazer a ação. Todos os quadros teriam de<br />

ter aparelho de reserva para se refugiar, caso o aparelho<br />

existente fosse descoberto. A gente tinha de descobrir<br />

uma casa em ótimas condições para guar<strong>da</strong>r o embaixador<br />

etc. Poucos desses requisitos tinham sido alcançados<br />

quando foi se aproximando a <strong>da</strong>ta ideal para a ação,<br />

que era a Semana <strong>da</strong> Pátria, e o próprio aparelho para<br />

guar<strong>da</strong>r o embaixador não existia: a gente não tinha conseguido<br />

alugar uma casa em boas condições para isso.<br />

Aí, por insistência do Franklin, resolvemos levar o embaixador<br />

para a casa <strong>da</strong> nossa imprensa clandestina. O<br />

que, em termos de uma política de segurança mais geral,<br />

era uma autêntica loucura. Mas nós achamos que<br />

esse risco deveria ser corrido em proveito de to<strong>da</strong>s as<br />

circunstâncias que aconselhavam a realização <strong>da</strong> ação<br />

na Semana <strong>da</strong> Pátria. Tínhamos também descoberto, no<br />

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