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Versões e Ficções: O seqüestro da História - DHnet

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MARCELO RIDENTI<br />

intelectuali<strong>da</strong>de de esquer<strong>da</strong> estaria organicamente engaja<strong>da</strong><br />

5 . Na déca<strong>da</strong> de 1960, a utopia que ganhava<br />

corações e mentes era a revolução (não a democracia ou<br />

a ci<strong>da</strong><strong>da</strong>nia, como hoje), tanto que o próprio golpe designou-se<br />

como “revolução de 1964”.<br />

Uma série de grupos guerrilheiros surgiria a partir de<br />

1964, em meio ao refluxo dos movimentos populares,<br />

desmantelados pela repressão — que também golpeava<br />

duramente as organizações de esquer<strong>da</strong>, as quais se encontravam<br />

em pleno processo de “autocrítica”, como se<br />

dizia na época. Sua principal fonte de recrutamento de<br />

militantes estava no meio estu<strong>da</strong>ntil, berço do único<br />

movimento de massas que se rearticulou nacionalmente<br />

nos primeiros anos do pós-64, lançando-se em significativos<br />

protestos de rua, especialmente em 1968 6 .<br />

As organizações guerrilheiras tinham divergências<br />

entre si: acerca do caráter <strong>da</strong> revolução brasileira (para<br />

algumas, a revolução seria nacional e democrática, numa<br />

primeira etapa; para outras, ela já teria caráter imediatamente<br />

socialista); sobre as formas de luta revolucionária<br />

mais adequa<strong>da</strong>s para chegar ao poder (a via guerrilheira<br />

mais ou menos nos moldes cubanos; o cerco <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong>des<br />

pelo campo, de inspiração maoísta; a insurreição popular<br />

etc.); bem como sobre o tipo de organização política<br />

5. Roberto Schwarz trata do tema no artigo “Cultura e política, 1964-<br />

1969” (In: O pai de família e outros estudos. Rio de Janeiro, Paz e Terra,<br />

1978); ver também: HOLLANDA, Heloísa Buarque. Impressões de viagem:<br />

CPC, vanguar<strong>da</strong> e desbunde. São Paulo, Brasiliense, 1981; dentre outros.<br />

6. Ver MARTINS FILHO, João Roberto. Movimento estu<strong>da</strong>ntil e ditadura<br />

militar, 1964-1968. Campinas, Papirus, 1987.<br />

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