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4.4. Implantação do Parque Estadual <strong>de</strong> Itaúnas<br />

A interferência direta do Estado no modo <strong>de</strong> vida da comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Itaúnas dá-se<br />

através dos incentivos fiscais, administrativos e jurídicos à agroindústria <strong>de</strong> celulose e<br />

também em outros dois momentos: um, em 1986, quando as dunas formadas sobre a antiga<br />

Vila e seus arredores são tombados pelo Conselho Estadual <strong>de</strong> Cultura como Patrimônio<br />

Histórico, Paisagístico e Cultural; o outro, em 1991, quando da criação do Parque Estadual<br />

<strong>de</strong> Itaúnas, Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação <strong>de</strong> Proteção Integral, pela SEAMA-ES –Secretaria <strong>de</strong><br />

Estado para Assuntos do Meio Ambiente.<br />

Por volta da década <strong>de</strong> 1980, Itaúnas constituía local promissor ao turismo, <strong>de</strong>vido às<br />

suas características paisagísticas, ambientais e culturais. Um movimento em prol da<br />

conservação <strong>de</strong>stas características estava em curso: em outubro <strong>de</strong> 1986, a Resolução 08/86<br />

do Conselho Estadual <strong>de</strong> Cultura aprova “o tombamento do bem natural <strong>de</strong>nominado<br />

‘Dunas <strong>de</strong> Itaúnas’” e da área ao seu redor como a Vila, transformando-lhes em Patrimônio<br />

Histórico e Cultural, e aconselha, também, a criação do Parque.<br />

O estopim para a criação do Parque Estadual <strong>de</strong> Itaúnas vem da intenção do grupo<br />

econômico da família Ceolin em construir um hotel no mol<strong>de</strong> resort na “selvagem” praia <strong>de</strong><br />

Itaúnas, ao Norte das dunas. Este mesmo grupo econômico havia construído o Hotel<br />

Barramar na margem direita da foz do rio Itaúnas e no início da década <strong>de</strong> 1980, com apoio<br />

do DNOCS –Departamento Nacional <strong>de</strong> Obras Contra a Seca, abre uma nova foz no rio,<br />

situada a 5 quilômetros a montante da foz natural, com o objetivo <strong>de</strong> interromper a erosão<br />

que atingia a construção. Entretanto, a abertura da nova foz não fez cessar o processo<br />

erosivo, uma vez que a erosão marinha era a mais significativa. Como resultados da<br />

intervenção no curso d’água, obteve-se o assoreamento do rio e manguezal, a erosão e<br />

<strong>de</strong>struição <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> trecho da restinga, a perda <strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> e espécies <strong>de</strong> pescado do rio<br />

<strong>de</strong>vido à entrada do sal marinho.<br />

Contemplando uma área <strong>de</strong> 3.650 hectares <strong>de</strong> Floresta Tropical Atlântica, o Parque<br />

Estadual <strong>de</strong> Itaúnas exibe ecossistemas como Mata <strong>de</strong> Tabuleiro, Restinga, Manguezal,<br />

Rios, Alagado, Dunas e Praia. Distribui-se em 25 quilômetros <strong>de</strong> praias –até a divisa com a<br />

Bahia-, 19 quilômetros do Rio Itaúnas margeando a praia até a foz e 34 quilômetros do Rio<br />

Itaúnas e alagados à montante da Vila. A Bacia Hidrográfica do Itaúnas possui, ainda,<br />

outras 2 Unida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Conservação implementadas no município <strong>de</strong> Conceição da Barra,<br />

que contribuem para a manutenção do regime hídrico em seu médio e baixo curso: a<br />

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