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Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Letras - World ...

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Em relação aos impactos sofridos pela pesca artesanal <strong>de</strong> Itaúnas, o Parque vem<br />

estabelecendo contato com o Centro Nacional <strong>de</strong> Populações Tradicionais –CNPT,<br />

repartição pertencente ao IBAMA, com o objetivo <strong>de</strong> se criar uma Reserva Extrativista que<br />

abranja 25 quilômetros das praias <strong>de</strong> Itaúnas, on<strong>de</strong> a pesca é realizada em canoas. O CNPT<br />

afirma que os únicos sujeitos que têm o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> suspen<strong>de</strong>r o arrasto são os próprios<br />

pescadores, organizados numa associação e exercendo a <strong>de</strong>fesa do seu território. Contudo, a<br />

importância <strong>de</strong> uma Associação <strong>de</strong> Pescadores e da documentação <strong>de</strong> pesca ainda não é<br />

reconhecida pela maioria dos pescadores locais, que sempre tiveram a fartura local, mas<br />

agora assistem à diminuição significativa do pescado. Os documentos ganham importância<br />

na ocasião do <strong>de</strong>feso –da piracema e do robalo-, período em que o pescador recebe um<br />

valor em dinheiro para compensar a parada da pesca. No momento atual, estes recursos<br />

vêm estimulando a organização coletiva dos pescadores <strong>de</strong> Itaúnas. Para a proteção da<br />

reprodução do pescado, além da Reserva pleiteia-se também a construção dos Atratores<br />

Artificiais <strong>de</strong> Pesca, que <strong>de</strong>limitariam a zona do mar utilizada pela pesca artesanal e<br />

funcionariam como arrecifes na concentração da reprodução <strong>de</strong> espécies marinhas.<br />

Resultando do tipo <strong>de</strong> uso do solo praticado no Extremo Norte do Espírito Santo –<br />

efetivado principalmente pela monocultura do eucalipto, cana e pastagens, a questão hídrica<br />

regional passou a constituir preocupação generalizada, culminando na inserção da região na<br />

área <strong>de</strong> atuação da SUDENE, em 1998. Neste contexto, nasce o movimento Pró-Manancial<br />

e, posteriormente, o Comitê Pró-Bacia Hidrográfica do Itaúnas-CEPIT, contemplado pela<br />

Política Nacional <strong>de</strong> Recursos Hídricos. LEI ? DATA ?<br />

Formado por instituições governamentais, entida<strong>de</strong>s não-governamentais, ONG’s,<br />

empresários e produtores rurais, o CEPIT objetiva a recuperação ambiental da Bacia<br />

através <strong>de</strong> campanhas educativas, revegetação das áreas <strong>de</strong> cabeceira e mata ciliar e<br />

regularização das barragens. Contudo, por abrigar sujeitos sociais múltiplos e com<br />

interesses diversificados como empresas alcooleiras e <strong>de</strong> celulose, produtores rurais,<br />

prefeituras e entida<strong>de</strong>s não-governamentais, os projetos <strong>de</strong> recuperação ficam retardados<br />

quando tocam nas proprieda<strong>de</strong>s particulares. Ainda assim, o Comitê abre espaço político<br />

para a discussão sobre o uso da água e manutenção dos mananciais, tão necessários a<br />

comunida<strong>de</strong>s como a <strong>de</strong> Itaúnas.<br />

Na ocasião do Diagnóstico Participativo realizado pela SUDENE durante o ano <strong>de</strong><br />

2000 no município <strong>de</strong> Conceição da Barra, as discussões acerca da temática ambiental<br />

acirraram os ânimos das empresas <strong>de</strong> celulose e dos órgãos governamentais <strong>de</strong> fiscalização<br />

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