Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Letras - World ...
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4.3. A produção <strong>de</strong> celulose no Espírito Santo - dos Governos Militares ao momento<br />
atual<br />
Os gran<strong>de</strong>s plantios com fins silviculturais no Brasil tiveram forte impulso através do<br />
Programa Nacional <strong>de</strong> Papel e Celulose, integrante do II PND –Plano Nacional <strong>de</strong><br />
Desenvolvimento elaborado pelo governo Geisel em 1974 e que tinha por metas a<br />
ampliação do consumo interno e da exportação da celulose e do papel. Segundo<br />
MAGALDI 107 , a Política Florestal que se implantava constituiu o “divisor <strong>de</strong> águas’ na<br />
história do setor florestal brasileiro, primando por um planejamento estratégico da produção<br />
através <strong>de</strong> ações que<br />
“(...) vão <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as concepções sobre as diretrizes políticas gerais, legislações<br />
específicas e disposições administrativas, passando pelo planejamento do<br />
cultivo e das etapas <strong>de</strong> produção, estudos e ações ligados ao controle <strong>de</strong><br />
custos, viabilização financeira e operacional <strong>de</strong> fontes <strong>de</strong> geração <strong>de</strong> energia e<br />
<strong>de</strong> infra-estruturas ligadas ao transporte, abastecimento industrial, estocagem<br />
<strong>de</strong> matérias-primas e re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> comercialização, pesquisa básica e aplicada<br />
sobre espécies mais a<strong>de</strong>quadas à utilização econômica e sua padronização,<br />
assim como no <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> processos, técnicas e materiais tanto no<br />
âmbito do manejo florestal como no plano <strong>de</strong> transformação industrial”.<br />
Este momento conjugava o interesse privado das empresas, o apoio do Estado e as<br />
proposições <strong>de</strong> órgãos internacionais como a FAO, que preocupados com a geração <strong>de</strong><br />
exce<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong>sses recursos estratégicos para o uso industrial, a partir da década <strong>de</strong> 1960<br />
passaram a subsidiar programas <strong>de</strong> expansão da produção florestal em países como o<br />
Brasil, on<strong>de</strong> havia condições ecológicas favoráveis para o rápido crescimento das florestas,<br />
disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terras, abundância <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra barata e políticas econômicas <strong>de</strong><br />
governo que privilegiavam o setor. O Estado Brasileiro consolidava seu apoio através da<br />
criação <strong>de</strong> órgãos oficiais <strong>de</strong> fomento e fiscalização dos plantios, <strong>de</strong> legislações específicas<br />
e normas fiscais <strong>de</strong> incentivo ao setor, “associando proteção/conservação/expansão <strong>de</strong><br />
maciços florestais <strong>de</strong> maneira tão intensa e amparada oficialmente como qualquer país <strong>de</strong><br />
economia planificada”. 108<br />
107 MAGALDI, Sérgio B. Ação do Estado e do gran<strong>de</strong> capital na reestruturação da ativida<strong>de</strong> econômica: o<br />
cultivo florestal e a ca<strong>de</strong>ia ma<strong>de</strong>ira-celulose/papel. Dissertação <strong>de</strong> Mestrado em Geografia, USP, 1991, p.95.<br />
108 I<strong>de</strong>m, ibi<strong>de</strong>m, p.97.<br />
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