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Universidade de São Paulo Faculdade de Filosofia, Letras - World ...

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6.2. Projetos em Itaúnas<br />

Ainda em andamento, estes projetos constituem espaços abertos para a discussão <strong>de</strong><br />

questões que ora se apresentam em Itaúnas e região.<br />

Uma questão fortemente presente em Itaúnas refere-se à relação entre a comunida<strong>de</strong><br />

local e o Parque. Por um lado, o conflito insiste em permanecer, oriundo da forma como o<br />

Parque foi apresentado à comunida<strong>de</strong>. Por outro, a Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Conservação vem<br />

efetivando-se como instrumento propulsor <strong>de</strong> algumas conquistas para a comunida<strong>de</strong>, como<br />

o or<strong>de</strong>namento turístico e urbano e a fiscalização ambiental do seu entorno, cujos impactos<br />

advêm principalmente do manejo dos plantios <strong>de</strong> eucalipto.<br />

Através <strong>de</strong> Condicionante Ambiental aplicada pela SEAMA à PETROBRÁS para a<br />

perfuração <strong>de</strong> poços no litoral do estado do Espírito Santo, o Parque Estadual <strong>de</strong> Itaúnas<br />

conseguiu o financiamento <strong>de</strong> seu Plano <strong>de</strong> Manejo e do Plano <strong>de</strong> Or<strong>de</strong>namento da Vila <strong>de</strong><br />

Itaúnas.<br />

O Plano <strong>de</strong> Manejo é um instrumento fundamental <strong>de</strong> conhecimento do Parque<br />

quanto aos seus aspectos físicos e biológicos, bem como em relação aos aspectos históricos,<br />

culturais e econômicos da comunida<strong>de</strong> que vive em seu interior e entorno. Através <strong>de</strong><br />

estudos, o Plano <strong>de</strong> Manejo <strong>de</strong>ve propor o zoneamento do Parque, <strong>de</strong> acordo com as<br />

ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas –uso intensivo pelo turismo, uso restrito, proteção integral. O uso<br />

<strong>de</strong> recursos efetivado pela comunida<strong>de</strong> na atual área do Parque –peixe, frutos, fibras,<br />

ma<strong>de</strong>ira e caça- exerce pressão concreta e abre a discussão nos estudos do Plano <strong>de</strong><br />

Manejo. Na metodologia do trabalho <strong>de</strong> campo solicitada pela equipe do Parque no Termo<br />

<strong>de</strong> Referência do Plano, a interface entre o conhecimento empírico da comunida<strong>de</strong><br />

tradicional e o conhecimento científico dos pesquisadores constituiria um espaço para que o<br />

modo <strong>de</strong> vida local e seu manejo do meio natural pu<strong>de</strong>ssem ser conhecidos e reconhecidos:<br />

“Muito raramente, os chamados ‘planos <strong>de</strong> manejo’ <strong>de</strong> áreas protegidas<br />

incorporam o conhecimento e manejos tradicionais, mesmo quando grupos<br />

tradicionais ainda vivem nas áreas protegidas. (...) é imperioso que estes<br />

planos <strong>de</strong> manejo percam seu caráter autoritário e tecnocrático, passando a<br />

ser um processo <strong>de</strong> integração gradativa do conhecimento, dos fazeres e das<br />

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