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outros pioneiros a partir das décadas <strong>de</strong> 1930 e 40. Segundo Bertha BECKER 79 , a<br />

valorização das gran<strong>de</strong>s reservas <strong>de</strong> matas encontradas ao Norte do Estado dá-se com o<br />

crescimento urbano do Centro-Sul:<br />

“O extraordinário crescimento urbano-industrial do Rio <strong>de</strong> Janeiro a partir da<br />

década <strong>de</strong> 1930, e acentuado durante a 2ª. Guerra Mundial, veio completar o<br />

estímulo necessário, fornecendo capitais para a abertura da região e mercado<br />

para sua ma<strong>de</strong>ira. A expansão rodoviária, que acompanhou a implantação da<br />

economia industrial, favoreceu ainda a ativida<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ireira.(...)<br />

Com efeito, a ativida<strong>de</strong> mais atraente e lucrativa, que não cria os riscos da<br />

natureza e possuía mercado certo no exterior e no Rio <strong>de</strong> Janeiro, era a da<br />

exploração da ma<strong>de</strong>ira e da especulação <strong>de</strong> terras subseqüente a essa<br />

exploração, únicas capazes <strong>de</strong> atrair os capitais do Rio <strong>de</strong> Janeiro e até <strong>de</strong> <strong>São</strong><br />

<strong>Paulo</strong>. Os capitalistas do núcleo, aliás, eram os únicos com condições <strong>de</strong> abrir<br />

as estradas necessárias ao escoamento <strong>de</strong> uma matéria-prima que era obtida<br />

cada vez mais longe, e <strong>de</strong> transportá-la em caminhões próprios”.<br />

A partir da década <strong>de</strong> 1950, intencionando efetivar a ocupação humana do Extremo<br />

Norte do Espírito Santo e assim <strong>de</strong>finir sua fronteira com a Bahia, o Estado passa a<br />

incentivar o requerimento das posses na região. Este processo soma-se à fome <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras<br />

nobres trazida pelo crescimento urbano-industrial do Centro-Sul, principalmente no pós-<br />

Guerra, que dá início à <strong>de</strong>struição da floresta e <strong>de</strong> seus gran<strong>de</strong>s rios.<br />

Este mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> exploração começa a <strong>de</strong>clinar quando os impactos causados passam a<br />

impossibilitar sua continuida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>vido escasseamento da peroba-do-campo e ao<br />

assoreamento dos dois gran<strong>de</strong>s rios –Itaúnas e Cricaré-, que impedia o trajeto das<br />

embarcações e o <strong>de</strong>slizar das jangadas construídas com as toras <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira. Além disto, o<br />

crescente uso <strong>de</strong> caminhões como meio <strong>de</strong> transporte após a Segunda Guerra permitiu a<br />

concorrência na exploração, agora majoritariamente realizada pela via rodoviária.<br />

O ciclo da ma<strong>de</strong>ira, iniciado na década <strong>de</strong> 1920 e acentuado na <strong>de</strong> 1950, é registrado<br />

por RUSCHI 80 em 1950, que classifica a Mata <strong>de</strong> Tabuleiro como a “formação florestal <strong>de</strong><br />

79<br />

BECKER, Bertha K. “O Norte do Espírito Santo - região periférica em transformação”. In: Revista<br />

Brasileira <strong>de</strong> Geografia, 35(4), Rio <strong>de</strong> Janeiro, 1973, p.44.<br />

75

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