Folha de rosto - Arca - Fiocruz

espectivas compreensões acerca do seu eventual pertencimento a uma rede
de suporte aos pais.
De acordo com um médico, o primeiro suporte recebido pelos pais do bebê
é propiciado por sua atenção para com o recém nascido e com sua mãe: “acho
que inicialmente é o nosso apoio, o primeiro contato é o médico que assistiu o
parto, que internou o neném”. Para este entrevistado há, sobretudo no início da
internação, uma demanda dos pais do bebê por informação e esclarecimentos.
Logo, ele deduz que quando esta solicitação é atendida a contento, a família do
recém nascido tende a encarar o profissional como o “primeiro apoio”.
No entanto, chama atenção Beatriz - da equipe de saúde mental - não são
todos os médicos que se dão conta que o ato de “passar informação” para a
família do recém nascido é perpassado por um importante conteúdo subjetivo.
Há aquelas mães que, diz Beatriz: “perguntam vinte mil vezes a mesma coisa”.
Seu estado emocional afeta sua capacidade cognitiva sendo que, por vezes, se
deparam com pediatras os quais - de acordo com esta integrante da equipe de
saúde mental - não teriam “paciência” para ouvir as perguntas repetidas à
exaustão pelas mães. Mas, ressalva a mesma profissional, em consonância
com os testemunhos de duas colegas de profissão e da assistente social
entrevistada: “dá para ver que, no geral, há um empenho dos médicos em
conversar com as mães”.
Esta disposição dos médicos para fornecer informações sobre os bebês é
reconhecida pelas mães, como mostra o depoimento de Fernanda:
“Pergunto, aí eles falam direitinho, à vezes eu nem
pergunto, eu fico lá, parada, só olhando ele [seu
filho], aí os médicos vêm e falam tudinho, direitinho,
o que está se passando, se ele está bem, se não
está, deixam a gente ciente de tudo”.
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