Folha de rosto - Arca - Fiocruz

Capítulo 2 - Marcos teóricos - conceituais
2. 1.- O conceito de rede social
Vários autores (Haines et al., 2002; Marques, 2000; Martins, 2004;
Pescosolido e Levy, 2002) atribuem a origem do conceito de rede social - cujo
pressuposto seria o de um ”individualismo relacional” (Marques, 2000:36) - aos
estudos clássicos de sociologia como os de Durkheim (2003) e Simmel (1976).
Entretanto, data de meados do século passado o primeiro trabalho que define
rede social, contrapondo-a à noção de grupo permanente (Barnes, 1987). Ao
debruçar-se sobre as formas de organização dos habitantes de uma ilha na
Noruega, Barnes notou que muitas das aglomerações não seguiam as de
qualquer conjunto mais formal e hierarquizado. A partir de então, sucederam-
se diversos estudos (Bela-Feldman, 1987; Boissevain,1987; Bott,1976;
Lemieux, 1982; Mayer, 1987) no âmbito das ciências sociais que também
tinham como objeto de investigação as “relações interpessoais concretas que
vinculam indivíduos a outros indivíduos” (Barnes, 1987: 167).
A produção destes conhecimentos pioneiros sobre redes sociais foi
realizada no contexto de um embate entre a corrente funcionalista–estrutural e
a teoria da ação. Para a abordagem funcionalista-estrutural a contribuição
mais relevante de uma pesquisa seria a construção de modelos de
funcionamento e a “análise de sistemas sociais em equilíbrio” (Bela-Feldman
1987: 8), partindo do pressuposto de que a sociedade seria composta por
estruturas cuja desordem seria prejudicial ao seu desenvolvimento. O enfoque
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