Folha de rosto - Arca - Fiocruz

maior é em torno da estrutura e respectiva forma de ordenação de uma
determinada formação social do que seu conteúdo, isto é, os indivíduos e
mudanças levadas a cabo por eles.
Por outro lado, o foco da teoria da ação incide sobre o estudo do
comportamento concreto protagonizado por atores sociais. O conceito de rede
social é utilizado como um instrumento analítico apto a apreender o dinamismo
dos atos de agentes sociais dotados de estratégias próprias. De acordo com
esta definição, adotada também pela autora desta dissertação, os indivíduos
são “empreendedores sociais” (Boissevain, 1987: 128) que aglutinam-se em
redes por meio de alianças que podem ou não ser temporárias. A natureza
destas conexões interpessoais de – amizade, parentesco, mercado,
clientelismo, dentre outras - entre os agentes responde pelo conteúdo assim
como o formato da rede é perceptível através da densidade, isto é, número de
“relações possíveis” (Lemieux, 1999: 10) e freqüência das expressões de tais
laços.
Há uma relação de correspondência entre densidade das interconexões e
fechamento da rede porque pode-se observar que quanto maior for a
freqüência de contatos e trocas entre os parceiros menor é a probabilidade
desta rede se abrir e aceitar a participação de novos elementos. Estas redes
mais refratárias à incorporação de novos membros podem ser denominadas
como “impermeáveis”, ou seja, não apresentam muita “porosidade” (Bronfman:
2001: 155). Nestes casos entra em cena o “princípio de coesão” (Lemieux,
1999: 63), o qual aumenta na medida em que diminui o contato com um
universo externo ao da rede.
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